CLIMATIZAÇÃO PARA DATA CENTER com alta precisão, menos consumo e mais segurança?

 

Os sistemas de climatização para Data Center realizam três tarefas vitais para a segurança de todo ambiente de missão crítica:

• conservar a “saúde” dos equipamentos
• manter a capacidade e a velocidade de processamento das informações
• evitar paralisações não programadas – os temidos downtimes.

Esses motivos levam cada vez mais empresas a investirem em sistemas de climatização de precisão para Data Centers.

A lógica é simples: se um Data Center aquece demais, as máquinas paralisam. E cada minuto de inatividade nos servidores de um Data Center pode custar até 9 mil dólares.

Essa estatística é o resultado de uma pesquisa de mercado encomendada pela Vertiv, multinacional fornecedora de soluções para o setor de Tecnologia da Informação. De acordo com o estudo:

1. Os principais prejuízos gerados por downtimes são as oportunidades de negócios perdidas.
2. Ou seja: um Data Center paralisado significa interrupção de vendas e perda de receitas.
3. 71% dos modelos de negócio dependem de um Data Center para gerar receita e / ou realizar comércio eletrônico, de acordo com executivos de nível sênior.

Vejamos agora como a climatização de Data Centers com sistema de precisão pode ajudar a evitar perdas, indisponibilidades e outros problemas oriundos da falta de controle na temperatura no Data Center. E conte com a Zeittec para projetar o sistema de climatização ideal para o Data Center da sua empresa!

 

 

Como deve ser a climatização em Data Centers?

 

A refrigeração de Data Centers ideal para garantir segurança, confiabilidade e alta disponibilidade é feita com sistemas de precisão que podem utilizar ar, líquidos de arrefecimento ou a combinação de ambos para refrigerar os servidores e o ambiente.

Um dos sistemas mais utilizados mundialmente é o ar-condicionado de precisão, geralmente do tipo CRAC – Computer Room Air Conditioning (que veremos em detalhes a seguir).

Diferentemente de um sistema de conforto (com ar-condicionado comum do tipo split), o CRAC é preparado para o uso contínuo. Isso, claro, porque um Data Center precisa funcionar 24 horas por dia, 365 dias por ano.

Por esse motivo, os sistemas de refrigeração de precisão para Data Centers são projetados para manter ininterruptamente a temperatura, a umidade e a qualidade do ar dentro de parâmetros definidos por normas e métodos internacionais de boas práticas.

Para que isso ocorra, o ambiente do Data Center é monitorado constantemente por sensores eletrônicos. Esses dispositivos identificam automaticamente variações capazes de afetar o equilíbrio do sistema.

Em caso de falhas ou oscilações que possam afetar a operação, os equipamentos da climatização de precisão permitem que medidas de correção sejam adotadas imediatamente para manter o Data Center em funcionamento com segurança.  Inclusive por controle remoto, através de uma plataforma de gestão do tipo DCIM (Data Center Infrastructure Management).

Veremos agora por que a alta precisão de um sistema de climatização precisão é vital para controlar temperatura, umidade e qualidade do ar: requisitos essenciais à saúde e longevidade dos Data Centers.

 

Funções da climatização de precisão para Data Centers

 

 

1.Controle da temperatura

 

A temperatura ideal de um Data Center gira em torno de 25°C (27ºC no máximo). Porém, o calor produzido naturalmente pelo funcionamento das máquinas eletrônicas pode elevar a temperatura do ambiente de processamento a mais de 50ºC.

O calor excessivo pode queimar equipamentos ou provocar o autodesligamento de máquinas.

Com isso, servidores podem parar, causando a interrupção dos serviços que gera tantos prejuízos.

Por isso, é fundamental que ambientes de missão crítica possuam um sistema de refrigeração de Data Center bem projetado.

 

Como o aquecimento gera downtimes?

 

Se não houvesse ar-condicionado, cinco minutos seriam suficientes para a temperatura dos racks de uma empresa chegar a 70ºC! E uma parada não programada seria inevitável.

O aquecimento que gera downtimes ocorre porque equipamentos eletrônicos produzem o chamado “calor sensível”.

Trata-se de uma espécie de calor seco. Ou seja: que não se transforma em umidade (como ocorre em nosso corpo, onde o chamado “calor latente” ou “calor úmido” é dissipado através do suor).

Como essa transformação não ocorre e o calor das máquinas permanece seco, precisa ser dissipado com a ajuda de um sistema de controle que insufle ar frio e/ou retire o ar quente de áreas críticas, detectadas por monitoramento eletrônico.

Se isso não for feito corretamente, as máquinas podem superaquecer e entrar em um modo de proteção que provoca desligamento automático. Ou seja: servidores, switches e todo o Data Center podem simplesmente parar!

Existem várias estratégias que podem ser adotadas para realizar a troca de ar necessária à manutenção da temperatura ideal, visando ao bom funcionamento dos equipamentos.

E são os estudos feitos durante a elaboração do projeto de climatização de Data Center que definem o melhor sistema para cada caso, levando em conta requisitos como tipo, tamanho e nível de aproveitamento do ambiente.

 

2. Controle da umidade

 

Sistemas de climatização de precisão são monitorados por sensores de controle ambiental que acompanham não apenas a temperatura e a qualidade do ar, mas também o nível de umidade do Data Center.

Em um Data Center, a umidade relativa do ar deve permanecer em torno de 50%.

Esse controle é fundamental porque:

• umidade alta demais pode condensar água dentro dos servidores, causando, por exemplo, a oxidação de componentes metálicos.
• umidade baixa demais gera carga eletrostática que pode queimar componentes eletrônicos das máquinas.
• Ambos os excessos favorecem a proliferação de bactérias, que também prejudicam Data Centers.

 

3. Qualidade do ar

 

Manter a qualidade do ar com um bom sistema de climatização para Data Centers é fundamental para evitar a circulação de partículas sólidas e contaminantes (como bactérias, fungos e poeira). Assim como a temperatura e a umidade, eles também podem prejudicar o funcionamento dos equipamentos do Data Center e até causar downtimes.

A poeira, por exemplo, pode acumular em componentes eletrônicos como processadores, placas, HDs e coolers de resfriamento. Isso costuma provocar superaquecimento que, como vimos, pode paralisar todo um Data Center.

É por esse motivo que a climatização de precisão para Data Centers possui sistemas de filtragem que limpam o ar, garantindo sua pureza. Tanto que a utilização de filtros de ar com alta eficiência, nesse tipo de equipamento, é obrigatória por força de norma.

 

 

Tipos de climatização para Data Center

 

 

A maioria dos Data Centers possui sistemas de climatização do tipo air cooling, que utilizam o ar como meio de resfriamento.

Esses sistemas são focados na instalação de aparelhos de ar-condicionado de precisão, que removem o calor dos equipamentos do Data Center através de fluxos de ar frio e quente.

Além deles, há também sistemas de climatização de Data Center conhecidos como “liquid cooling”,  que utilizam líquidos como água gelada, refrigerantes dielétricos ou outros fluidos para dissipar o calor e refrigerar os equipamentos com maior carga térmica.

 

Air cooling ou liquid cooling: qual sistema de climatização usar em seu Data Center?

 

Atualmente, muitos Data Centers possuem elevadas cargas de processamento concentradas em espaços compactos. Nesses sites, geralmente empilhamos vários servidores de alto desempenho nos racks e, consequentemente, precisamos lidar com muitos pontos de calor.

Com isso, a carga térmica de aplicações tradicionais, que gira em torno de 5 a 10 kW (quilowatts) por rack, pode ultrapassar a barreira dos 100 kW (como o rack NVIDIA GB200 NVL72, que pode chegar a 132 quilowatts (kW) por rack).

Para refrigerar esses racks muito adensados que executam computação de alto desempenho (HPE), o liquid cooling oferece vantagens em termos de eficiência e redução de espaço.

 

Climatização híbrida

 

Um Data Center de alta densidade com operações muito específicas, como o treinamento de modelos de TI, por exemplo, pode ser projetado apenas com a refrigeração líquida.

Porém, geralmente o liquid cooling é combinado com o sistema de climatização a ar do Data Center. Enquanto o air cooling  resfria o ambiente, o liquid cooling é dirigido aos racks de alta densidade, removendo o calor mais localizado em hot spots.

Combinar o liquid cooling com um sistema de refrigeração baseado em ar-condicionado de precisão é uma decisão estratégica para controlar não só pontos específicos, mas o ambiente como um todo, garantindo a eficiência geral da operação.

No entanto, não é tão frequente as corporações implantarem racks com densidade tão elevada para  justificar a necessidade de investir em sistemas de liquid cooling.

O cenário mais comum é utilizar apenas o air cooling na climatização de Data Centers instalando unidades de ar-condicionado de precisão redundantes.

Por isso, sem dúvida, o tipo de refrigeração mais utilizado em Data Centers corporativos é a climatização de precisão a ar, combinada ou não com o liquid cooling.

 

 

Equipamentos mais utilizados na climatização em Data Centers por ar e líquidos

 

Existem no mercado diversos modelos de ar-condicionado de precisão projetados especificamente para operar 24 horas por dia em ambientes de calor seco, como os centros de dados. Veja os mais utilizados na climatização de Data Centers por air cooling!

 

→ CRAC (Computer Room Air Conditioner)

Esse tipo de ar-condicionado de precisão geralmente funciona por expansão de temperatura direta (DX), distribuindo o ar resfriado pelo piso elevado (o “piso técnico”) ou diretamente no ambiente do Data Center.

Ele possui todo o ciclo de climatização embutido em sua estrutura, incluindo compressores, evaporadores, condensadores e dispositivos de expansão.

Por isso, é o tipo de ar-condicionado de precisão mais utilizado em Data Centers corporativos. Saiba mais sobre a instalação desse tipo de equipamento no  link abaixo!

 

Instalação de AR-CONDICIONADO DE PRECISÃO PARA DATA CENTERS: tudo o que você precisa saber sobre a climatização ideal para ambientes críticos

 

→ CRAH (Computer Room Air Handler)

Esse sistema de ar-condicionado de precisão para Data Center atua de forma indireta.

Os CRAHS só possuem em sua estrutura ventiladores e serpentina. Por isso, demandam a instalação de um dispositivo que forneça água gelada (como um cooler, por exemplo) para resfriar o ar que passa pelo sistema.

São mais eficientes para grandes Data Centers, devido ao menor consumo de energia, mas dependem de um sistema de resfriamento centralizado com chillers.

 

→ Free Cooling (Resfriamento com ar externo)

Esse tipo de climatização para Data Center aproveita o ar externo frio para resfriamento, quando as condições climáticas permitem.

O free cooling pode ser indireto (através de trocadores de calor) ou direto (introduzindo ar externo filtrado no Data Center).

Essa técnica pode reduzir significativamente o consumo de energia elétrica no ambiente interno do Data Center, especialmente à noite ou nos dias frios.

Por isso, no Brasil, onde o clima é quente, tem aplicabilidade apenas nas regiões mais frias, e geralmente precisa ser combinada com a instalação de unidades de ar-condicionado de precisão ou chillers.

Seja qual for o modelo adotado, o ar-condicionado de precisão é essencial para manter a temperatura, umidade e fluxo de ar controlados dentro de um Data Center.

 

 

E na climatização de Data Centers tipo liquid cooling?

 

Neste tipo de climatização de Data Centers, o liquid cooling absorve o calor gerado pelos equipamentos por meio de  líquidos como a água gelada, que pode ser três vezes mais eficiente que o ar nessa função. As três principais técnicas utilizadas no liquid cooling são:

 

 

→ Rear door heat exchanger (trocador de calor na porta traseira)

Este método de climatização utiliza água gelada na porta traseira dos racks. O líquido gelado funciona como um “trocador de calor”. A água resfria o ar quente liberado pelos servidores diretamente na parte traseira do rack ante que eles retorne ao ambiente.

Essa estratégia funciona bem para refrigerar Data Centers com servidores de alta densidade, removendo o calor diretamente na fonte.

 

→ Direct-to-chip cooling (resfriamento direto no chip)

Esse tipo de climatização de precisão é utilizado em Data Centers com servidores de alta densidade térmica, como os voltados a IA, HPC (computação de alto desempenho) e cargas de trabalho exigentes.
Ele é constituído de um circuito fechado de líquido (água ou fluido dielétrico) que passa por microtubos em contato direto com os processadores (CPUs e GPUs), removendo o calor diretamente da fonte antes de ser dissipado por um trocador de calor remoto, como um dry cooler.
O direct-to-chip cooling resfria componentes críticos com alta eficiência, reduzindo a dependência do ar-condicionado para resfriamento ambiente. Mas requer uma infraestrutura hidráulica dentro dos racks e pode ser mais caro de implementar.

 

→ Climatização de Data Center com Immersion cooling (resfriamento por imersão)

Serve para Data Centers que buscam máxima eficiência térmica e energética, como aqueles voltados para mineração de criptomoedas, IA e aplicações de alta densidade.
Nesse tipo de climatização de Data Center, os servidores são totalmente imersos em um fluido dielétrico (não condutor), que absorve o calor gerado pelos componentes e o transfere para um sistema de dissipação térmica (radiadores ou trocadores de calor).
Com eficiência térmica extrema, elimina a necessidade de ar-condicionado, reduzindo o consumo de energia e prolongando a vida útil dos servidores.

Em compensação, tem maior custo inicial, necessidade de adaptação do hardware e menos flexibilidade para upgrades. Saiba mais sobre as técnicas de liquid cooling no link a seguir!

 

Conheça os sistemas de REFRIGERAÇÃO LÍQUIDA que são tendência EM DATA CENTERS de alta performance.

 

Como vimos, cada tipo de climatização para Data Center tem suas vantagens, dependendo do tamanho, da densidade térmica e dos requisitos de eficiência energética da corporação. Vamos nos focar agora nas estratégicas de climatização mais utilizadas em Data Centers corporativos.

 

 

Estratégias para climatização de Data Center

 

As estratégias de climatização referem-se à forma como o resfriamento é distribuído e aplicado dentro do Data Center, seja usando air ou liquid cooling.

Na elaboração do projeto de refrigeração para Data Center, são levados em conta os tipos de condicionadores de ar, coolings e demais equipamentos, além da disposição do sistema de refrigeração no ambiente do Data Center.

Boas estratégias são essenciais para otimizar resultados, aumentar a eficiência da climatização e reduzir o consumo de energia elétrica. Nesse sentido, são bastante usuais as estratégias de climatização com ar-condicionado de precisão que veremos a seguir.

 

 

1.Climatização de Data Center In Row

 

Consiste em instalar unidades de ar-condicionado de precisão (CRACs ou CRAHs) entre as fileiras de racks.

Nesse modelo, uma fileira de racks fica de costas para as costas de outra. E um espaço entre elas é mantido para confinamento do ar quente liberado pelos servidores, que é empurrado para a parte traseira das estantes.

Esse ar quente é, então, captado pelos condicionadores no espaço de confinamento. Já filtrado e resfriado, é liberado na parte dianteira dos racks para equilibrar a temperatura do ambiente.

Em grandes Data Centers com climatização In Row, os CRACs podem ser substituídos por unidades com trocador de calor a água, equipamentos compactos que ficam entre os racks e fazem a troca térmica direta com a água gelada.

 

Exemplo de climatização InRow – Fabricante Stulz

 

 

2. Climatização de Data Center In Rack

 

No sistema In rack cooling, (resfriamento dentro do rack), os racks de servidores já possuem espaço próprio para a instalação de ar-condicionado.

Os equipamentos de resfriamento são integrados ao próprio rack e operam como unidades autônomas, retirando calor diretamente de dentro do rack.

Assim, um condicionador de ar atende apenas um único rack de servidor, enquanto no sistema In Row os condicionadores de ar atendem mais de um rack ao mesmo tempo.

Esse tipo de estratégia funciona bem em Data Centers de alta densidade e ambientes edge, e pode operar também com água gelada ou até mesmo resfriamento líquido direto.

 

          In Rack Cooling

 

3. Refrigeração de Data Center Down Flow

 

 

 

Nesta estratégia de climatização, o ar quente gerado pelos aparelhos eletrônicos do Data Center é captado pelas entradas do CRAC (unidade de ar-condicionado de precisão).

Já tratado e resfriado, o ar é insuflado para um espaço de confinamento que fica abaixo do piso elevado. Esse ambiente é pressurizado e empurra o ar frio para cima através de grelhas instaladas no piso.

De volta ao ambiente do Data center, o ar frio é puxado por ventoinhas para dentro dos racks que guardam os servidores.

Após resfriar esses equipamentos, é expulso pelas ventoinhas dos racks, de onde sobe, novamente quente, voltando às entradas do CRAC para recomeçar o ciclo.

Esse sistema é bastante eficiente e amplamente empregado, podendo utilizar tanto CRACs como CRAHs. Sua única desvantagem é que exige um pé-direito alto, o que nem sempre é possível num Data Center.

Seja qual for o tipo de refrigeração escolhido, uma regra é universal: quando bem projetado e instalado com equipamentos de qualidade, o sistema climatização aumenta a eficiência energética do Data Center, reduzindo o consumo de energia.

 

Eficiência energética do sistema de climatização em Data Centers

 

 

Sistemas de climatização respondem por aproximadamente 40% dos custos energéticos de um Data Center.

A refrigeração, portanto, é a segunda maior consumidora de energia, perdendo apenas para os servidores de um Data Center.

Para aumentar a eficiência energética e reduzir o consumo do sistema de climatização de Data Center, é possível adotar medidas como:

1. Utilizar CRACs (ar-condicionado de precisão) e não splits.
2. Implantar o uso de chillers. São resfriadores de água utilizados na climatização para manter os ambientes na temperatura ideal. Recomenda-se que haja redundância, ou seja, a duplicação desse equipamento, para que o controle térmico seja mantido em caso de falha no chiller principal.
3. Utilizar o free cooling,método de troca de calor que aproveita o ar externo para a refrigeração no interior do Data Center. Cada vez mais projetos mostram que esse sistema mecânico de refrigeração reduz o consumo de energia elétrica no Data Center.
4. Usar o método de corredores quentes e frios.
5. Confinar um dos corredores (quente ou frio) do Data Center.
6. Utilizar painéis de fechamento (tampas cegas) nos racks, fechando os espaços não utilizados por servidores, para evitar a contaminação do ar quente com o ar frio.
7. Utilizar escovas de fechamento do piso elevado para evitar a fuga de ar frio para locais não desejados.
8. Utilizar grelhas de piso elevado de alta vazão, no caso da climatização downflow.
9. Manter a manutenção dos equipamentos sempre em dia, realizando a troca periódica dos filtros e a higienização dos equipamentos.
10. Manter um sistema eficiente de sensores para controle climático e monitoramento ambiental do Data Center. Alguns sistemas de monitoramento e controle térmico automatizados (como o Liebert, por exemplo) prometem reduzir o consumo de energia do ar-condicionado do Data Center em até 50%.

 

→ Veja também: 17 estratégias para economizar energia em um Data Center!

 

 

Boas práticas da Ashrae na refrigeração de Data Centers

 

A American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers (Ashrae) é a referência mundial para boas práticas em  projetos de climatização de Data Centers.

E entidade recomenda algumas ações de climatização que podem elevar tanto a segurança das operações quanto a eficiência energética dos Data Centers.

As principais medidas são:

 

1.Projetar um sistema de resfriamento dedicado ao Data Center

Em outras palavras, não compartilhar condicionadores de ar com outras áreas da empresa

 

2. Prover autonomia energética

O sistema de climatização para Data Center deve ser projetado para funcionar ininterruptamente.

Para isso, o Data Center precisa de autonomia energética.

Isso pode ser garantido por um grupo motor-gerador como backup de energia que assuma o abastecimento em caso de cortes no fornecimento habitual de energia.

 

3. Criar corredores frios e quentes na refrigeração de Data Center

Uma configuração de climatização de Data Centers com CRACs bastante usual e eficaz é resfriar o ar e distribuí-lo por um piso elevado criando corredores frios e quentes.

Esse sistema viabiliza que o ar quente gerado por computadores e equipamentos do Data Center seja refrigerado pelo corredor frio na parte frontal dos racks.

Para que esse ar frio não aqueça nesse processo, estratégias como o piso elevado são implantadas para empurrar o fluxo até a parte traseira dos racks, formando o corredor quente.

Isso ocorre da seguinte forma:

• O ar condicionado, ou seja, resfriado, sobe por seções perfuradas formando os corredores frios. Esse ar frio flui pela parte dianteira dos racks, onde resfria o calor irradiado pelos aparelhos eletrônicos. Em seguida, sai pela parte traseira das estantes de racks.
• Esse ar quente de saída forma corredores de ar quente atrás dos racks ou gabinetes. Por sua vez, este ar quente retorna aos pontos de entrada do CRAC, posicionados acima do piso. Então é condicionado, ou seja filtrado e resfriado. Uma vez refrigerado, é devolvido à parte dianteira dos racks, onde será utilizado novamente na refrigeração do sistema.

O controle desse fluxo de climatização do Data Center deve ser projetado para evitar ao máximo a mistura de ar frio com ar quente criando-se locais isolados de confinamento quentes e frios.

 

4. Confinar o ar quente e o ar frio

Consiste em criar áreas isoladas para evitar que o ar quente de saída, empurrado para trás dos racks, volte a circular. Isso porque a recirculação de ar quente causaria o aquecimento do ambiente.

Por outro lado, o confinamento também evita o chamado “by-pass”.

Este ocorre quando o ar frio se desvia do seu corredor e não chega aos equipamentos.

Ou seja: não cumpre sua função de resfriar o calor sensível gerado pelos componentes eletrônicos do Data Center.

Tanto o confinamento do ar frio quanto do ar quente reduz o trabalho dos equipamentos de climatização, aumentando a longevidade do sistema e a eficiência energética do Data Center.

 

Exemplo de um sistema de confinamento de corredor frio

 

 

Climatização de precisão para Data Centers x climatização convencional de conforto

 

Em comparação ao sistema de conforto com splits, o ar-condicionado de precisão entrega economia de espaço, energia e manutenção, aumentando a longevidade, a eficiência, a segurança e a confiabilidade do Data Center.

Isso ocorre porque sistemas de climatização convencionais, que utilizam aparelhos comuns, são projetados apenas para garantir conforto térmico às pessoas.

Portanto, não possuem uma série de mecanismos de controle inerentes aos equipamentos de um CRAC.

A climatização de precisão para Data Center possui alto FCS – Fator de Calor Sensível.

O FCS indica a capacidade que o ar-condicionado possui para retirar o calor sensível (calor seco) gerado pelos equipamentos do Data Center.

• Enquanto um sistema de refrigeração de conforto (com splits) possui FCS de 0,65, a refrigeração de precisão para Data Center entrega um FCS de 0,95%. Em termos práticos, o maior FCS do sistema de precisão representa maior eficiência na refrigeração. E, portanto, menor consumo energético.

Outro ponto que diferencia o sistema de precisão de um sistema criado apenas para proporcionar conforto térmico às pessoas é a tecnologia de monitoramento da climatização.

• O ar-condicionado de precisão para Data Centers possui sistema de controle, umidificador e mecanismo de reaquecimento. Também quadro elétrico próprio e acuidade de +1°C e -1°C no controle de temperatura e umidade. Os splits não possuem esses dispositivos.

 

Por que não usar splits na climatização de pequenos e microdatacenters?

 

Splits não possuem os mecanismos de controle da climatização de precisão para Data Center.

Além disso, não são desenvolvidos para ambientes com alto calor sensível (seco) – como o gerado pelos equipamentos de um CPD.

Os climatizadores de conforto são projetados para ambientes com grande circulação e pessoas e, portanto, mais calor latente (úmido).

Por isso, tendem a retirar umidade do ar.

Essa característica pode prejudicar a eficácia das atividades críticas de um Data Center.

Também reduz sua eficiência energética, como veremos.

 

→ Maior consumo de energia

Cerca de 35% da capacidade do ar-condicionado de conforto é utilizada apenas para remover a umidade do ar. Isso porque, como vimos, o split é projetado para operar em calor latente (úmido).

Essa característica representa dos splits representa perdas que reduzem a eficiência energética num sistema de conforto.

Substituindo os equipamentos de ar-condicionado de conforto pelos de precisão, há grande economia no consumo de energia elétrica.

 

→ Menor controle da umidade e da qualidade do ar

O ressecamento do ar gerado pelo uso de ar-condicionado convencional dificulta o controle necessário à climatização para Data Centers.

Além disso, num sistema de conforto é menor o controle da qualidade do ar.

Na refrigeração com alta precisão são utilizados filtros próprios para esses ambientes, seguindo as normas de qualidade Ashrae.

Mas os condicionadores de ar convencionais utilizam filtros de menor precisão, o que favorece o acúmulo de poeira e sujeira. Como vimos, isso reduz a eficácia e a eficiência dessas unidades.

Em resumo, a carga de TI pode não ser refrigerada adequadamente, em especial nos dias quentes, quando o sistema é levado ao limite de sua capacidade.

 

→ Desgaste de peças e alto custo com manutenção de Data Center

Além disso, os splits não são preparados para suportar uma carga tão grande de calor quanto a de um Centro de Processamento de Dados.

A climatização convencional de conforto é projetada para funcionar 8 a 12 horas por dia. E um Data Center, como sabemos, funciona sem parar.

Essa sobrecarga de trabalho, evidentemente, acaba por gerar desgaste de peças e falhas. O comprometimento de componentes demanda consertos frequentes que geram alto custo de manutenção.

 

→ Riscos de downtime e perdas financeiras

Falhas técnicas geradas pela sobrecarga no sistema de climatização tornam-se ameaça constante.

Especialmente  em um ambiente crítico que demanda alta segurança para a preservação de dados e confiabilidade para a continuidade das operações.

Uma eventual paralisação do sistema de climatização, com vimos, pode provocar downtimes que representam milionárias a empresas dependentes de operações informatizadas.

Portanto, a adoção de climatização de precisão para Data Centers, apesar de exigir maior investimento inicial, é notadamente a solução mais segura para ambientes críticos.

→ Leia também: DOWNTIMES EM DATA CENTERS: 7 causas principais e como evitá-las em sua empresa

 

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