11 passos para a CONSTRUÇÃO DE DATA CENTERS de forma segura!

Na construção de Data Centers, nada é insignificante. Tudo exige técnica, planejamento e expertise.

Um piso, por exemplo, não é só um piso. Lajes precisam de reforço. As paredes devem cortar fogo. E em alguns projetos, toda a infraestrutura tem de ser estanque. Ou seja, hermeticamente vedada contra poeira, fumaça e outros agentes agressivos a ambientes de missão crítica.

Fica claro que a construção de Data Centers é um processo bastante complexo que demanda tempo e capacitação profissional. Afinal,  deslizes podem significar atrasos e dores de cabeça com perda de tempo e dinheiro.

Para evitá-los, é muito importante conhecer a construção de Data Centers a fundo. E a primeira coisa que as corporações devem saber é que ela exige o planejamento de uma sequência de etapas que precisam ser cumpridas detalhadamente até que os equipamentos possam ser energizados e comecem a operar.

O ideal é que você se familiarize muito com elas antes de iniciar seu projeto.  E por isso preparamos o vídeo a seguir, feito especialmente para você visualizar como tudo acontece na prática. É só clicar na imagem!

 

 

Ótimo. Você viu no vídeo como são organizadas as etapas da construção de um Data Center construído em Curitiba em 2020 para a Companhia de Saneamento do Paraná, a Sanepar.

Mas se você é o gestor de TI ou um dos stakeholders envolvidos no projeto de construção do Data Center de sua empresa, vai precisar se aprofundar um pouco mais nos cuidados essenciais que devem ser tomados em cada fase da obra.

Esse aprofundamento será essencial para que você possa tocar o projeto com tranquilidade e segurança do começo ao fim. E para te ajudar, vamos esmiuçar agora os 11 passos para que a construção do seu Data Center seja um sucesso. Confira!

 

11 passos da construção de Data Centers

 

Basicamente, a construção de Data Centers se divide em cinco grandes movimentos.

  1. O primeiro cuida do projeto.
  2. O segundo, do ambiente físico onde os equipamentos serão alocados.
  3. Depois são instalados os sistemas (ou subsistemas) do Data Center.
  4. Por fim, são realizados os testes de validação para comprovar que o Data Center opera de forma satisfatória.
  5. E se tudo estiver em perfeito funcionamento, é feito o moving dos ativos. Ou seja, o transporte dos equipamentos de TI do antigo para o novo site.

A experiência de quem executa a obra é essencial em cada um desses passos. A Zeittec, por exemplo, tem mais de 20 anos projetado e construindo todos os tipos de Data Centers em várias regiões do Brasil.

Nesse período, já fez grandes Data Centers, minidatacenters, salas seguras certificadas, Data Centers de alvenaria comum ou com infraestrutura modular

E depois de executar tantas obras de alta segurança para grandes empresas, como Celesc, IBGE, TRF4, Águia Branca e outras, reuniu muita experiência prática sobre esse tema.

E é por isso que pode explicar, com segurança, o que precisa ser considerado em cada um dos 11 passos para que construção do seu Data Center seja bem-sucedida. Vamos a eles!

 

Uma boa construção parte de um excelente projeto!

 

“Um bom projeto de Data Center é um somatório de boas etapas” – afirma o engenheiro Fabrício Costa, diretor técnico da Zeittec.

Para ele, na construção de um Data Center, “a dependência de uma ação com relação a outra é muito grande”.

Exemplificando: “se fazemos uma parte civil malfeita, vamos ter dor de cabeça na montagem das paredes do Data Center. Se fazemos um contrapiso irregular, teremos problemas na montagem do piso elevado”.

Portanto, é preciso ter uma preocupação sistêmica com todos os elementos envolvidos na construção do Data Center.

E, é claro, isso significa que uma implantação de Data Center bem-sucedida começa com um projeto de Data Center de alta qualidade, elaborado por um time de engenheiros, arquitetos e profissionais de TI.

 

Como é elaborado o projeto de um Data Center?

 

São feitas diversas reuniões com o cliente para definir todo o conceito que vai ser empregado:  para que o Data Center vai servir, quais são os clientes que vão ser atendidos, qual será o nível de segurança necessário, as redundâncias que o site terá.

“Depois entramos na fase de pré-projeto, onde fazemos todo o estudo de viabilidade do local do cliente, seja um terreno ou prédio, para definir qual é o melhor local para a construção do Data Center.”

→ A escolha do local para a construção do Data Center é tão importante que fizemos um post só sobre isso!

Local definido, a próxima etapa é dimensionar o Data Center planejando o layout, o tamanho de cada setor e a quantidade de racks. E isso tudo é representado em um anteprojeto com animações em 3D.

“Só depois que o anteprojeto é aprovado pelo cliente iniciamos, de fato, a elaboração do projeto executivo com todas as plantas de arquitetura, de demolições, pranchas de elétrica, climatização e todos os subsistemas do Data Center. E é com esse projeto que partimos para a construção do Data Center.”

 

Obras civis: o marco zero da construção de Data Centers

 

O primeiro passo na construção de um Data Center corporativo é a preparação da infraestrutura arquitetônica, ou seja, do espaço que vai abrigar os equipamentos vitais.

Esse ponto é extremamente importante. E exige uma análise profunda do local para avaliar quais intervenções devem ser realizadas antes do recebimento dos equipamentos pesados e sensíveis.

Às vezes, a edificação que irá abrigar o Data Center precisa ser construída do zero. Porém, o mais comum é que o local já exista. E é preciso adequá-lo. Aqui entram os mais diversos tipos de reformas civis, como:

  • demolições de contrapiso
  • demolição e construção de paredes
  • forro
  • nivelamento de contrapiso
  • e até reforços de laje, especialmente em prédios. Isso é necessário porque Data Centers costumam possuir equipamentos muito pesados.

“Em alguns casos, fazemos também a remoção de dutos de sistemas de incêndio, luminárias, quer dizer, nós preparamos o ambiente, deixamos o ambiente totalmente limpo para então começar a construção do Data Center” – explica Claudenir Oliveira, diretor comercial da Zeittec.

 

Escavações e preparação externa

 

Muitas vezes, é necessário fazer escavações na edificação, seja ela térrea ou num edifício comercial. Isso para realizar a interligação de energia e fibra ótica do Data Center, possibilitando sua conexão aos serviços de luz e internet. Bem como aos setores da empresa onde o Data Center será instalado.

 

Equipes multidisciplinares

 

Num grande Data Center, são tantas tarefas a executar que vários times trabalham ao mesmo tempo em operações distintas.

Por exemplo, no Data Center da Sanepar, que acabamos de ver no vídeo, a Zeittec organizou várias equipes multidisciplinares.

Enquanto algumas cuidavam das escavações e da construção de uma laje projetada para receber equipamentos pesados do lado de fora, outras trabalhavam nas adequações arquitetônicas do lado de dentro.

E uma das primeiras tarefas executadas no ambiente interno é a preparação do contrapiso.

 

Contrapiso

 

Já dissemos que, na construção de um Data Center, nada é insignificante. O contrapiso, por exemplo, precisa ser muito bem-feito e nivelado.

Do contrário, a “casca” do Data Center pode simplesmente “não fechar”. É o que explica o engenheiro Fabrício Costa.

“O projeto da Sanepar era de sala segura. E nesse tipo de Data Center, as paredes são modulares, feitas com placas confeccionadas em fábricas. Se o piso tiver algum desnível, na hora de montar as paredes, quando você chegar na última placa vai ter um certo grau de inclinação. E o teto da sala não vai fechar.”

É por isso que o contrapiso precisa ser muito liso e nivelado.

 

Paredes

 

Depois da preparação inicial do ambiente e do piso, as paredes devem ser levantadas para separar as áreas internas do Data Center.

As paredes, aliás, podem ser de alvenaria, concreto ou, como vimos no caso da Sanepar, painéis modulares, com certificação contrafogo.

Mas, em todos os casos, devem ser capazes de resistir a impactos físicos e desastres naturais, além de contar com proteção antichamas. Depois que as paredes são preparadas é feita a instalação de forro, normalmente rebaixado, e da porta antichamas. E, por fim, o piso elevado.

 

Piso elevado

 

O piso elevado é um aspecto arquitetônico muito importante na construção de Data Centers. Ele é instalado com placas removíveis, para que cabos e equipamentos possam ser posicionados no espaço que fica abaixo delas.

O piso elevado permite que as manutenções do Data Center sejam executadas com facilidade no futuro.

→ Clique aqui para ver como são feitas as manutenções preventivas de um Data Center.

Outro cuidado é que as placas do piso elevado precisam ser muito bem instaladas e niveladas, já que todos os racks de servidores e demais equipamentos do Data Center ficarão posicionados sobre elas.

 

Evitando atrasos na construção do Data Center

 

O piso elevado é um item crítico também em relação ao cronograma da obra. Se ele atrasa, toda a construção do Data Center acompanha.

“Eu não consigo, por exemplo, entrar com o sistema de climatização se eu não tiver o piso elevado montado. Porque as máquinas de ar condicionado vão sobre o piso elevado. E toda a tubulação do ar- condicionado vai embaixo desse piso elevado” – explica Costa.

O especialista salienta ainda que o piso elevado precisa estar pronto para que as eletrocalhas e a infraestrutura elétrica sejam instaladas abaixo dele. Da mesma fora, outros sistemas do Data Center dependem do piso elevado.

“Se eu pensar no sistema de combate a incêndio, ele também fica travado com relação ao piso elevado. Porque eu preciso colocar o piso elevado para então instalar o cilindro de gás sobre ele. Eu também tenho toda a rede de detectores que vai por baixo do piso elevado, e preciso ter esse piso montado para encaixar a tubulação. Por isso, se o piso atrasa, a gente sabe que a obra como um todo vai ter atraso.”

Finda a parte de obras civis, começa outro passo importante da construção de Data Centers: a instalação da infraestrutura elétrica e de comunicação.

 

Infraestrutura elétrica e de comunicação

 

Com as adequações civis realizadas, começam de fato as instalações de equipamentos e subsistemas do Data Center. E esse segundo passo é importantíssimo, é uma preparação para as etapas seguintes.

Isso porque são implantadas, nesse momento, as eletrocalhas aramadas abaixo do piso elevado e acima do forro rebaixado. Além dos eletrodutos e perfilados para o sistema de iluminação e fibra ótica.

É fundamental preparar essa infraestrutura para que não haja a necessidade de novas obras no espaço, exigindo mais tempo e mais dinheiro, além do que estava planejado. Uma infraestrutura bem executada é garantia de cumprimento de prazos.

 

Continuidade e aterramento

 

Uma grande preocupação quando instalamos a infraestrutura do Data Center é se todas as eletrocalhas estão bem unidas. Também se há continuidade entre todos os trechos.

“Isso ocorre porque, como as eletrocalhas e eletrodutos são estruturas metálicas, precisam ser aterradas. O aterramento tem que ser uma malha inteira para poder cumprir a função dele. Então, toda essa eletrocalha tem que ter o que a gente chama de ‘continuidade’” – explica Fabrício Costa.

 

Sistema de detecção e combate a incêndios

 

Na construção de um Data Center, um aspecto primordial é o cuidado com o sistema de detecção e combate a incêndios. É ele que vai garantir que não haja prejuízos em dados e equipamentos na eventualidade de fogo.

Nessa etapa, são instalados os sensores para detecção de fumaça, de preferência a laser, que é o mais moderno e o mais preciso para detectar qualquer indício de combustão. Além disso, são ligadas as tubulações do sistema de supressão de fogo, que vai entrar em ação caso haja a detecção de início de chama.

→ Veja com detalhes como funcionam os modernos sistemas de detecção e combate a incêndios para Data Centers.

Um detalhe crucial na instalação desse sistema é o cuidado com a sujeira, pois é necessário evitar que poeira, detrito de obra, tinta, vapor, qualquer coisa entre nos detectores, podendo prejudicar a atuação deles.

“Uma outra preocupação que nós temos é com a integridade das tubulações do sistema de detecção e combate a incêndio. A gente tem que pensar que o fio que está do eletroduto não pode pegar fogo de jeito nenhum. Do contrário, ele acaba não exercendo a função primordial de combate a incêndio”.

Por isso todas as tubulações precisam ser bem vedadas. Não podem ter nenhuma fresta ou aresta que permita a penetração de fumaça ou do próprio foco de incêndio.

Atenta a todos esses detalhes, a Zeittec costuma escalar uma equipe que trabalha na instalação do sistema contra incêndios enquanto outra prepara o sistema de climatização do Data Center.

 

Climatização de precisão

 

Durante a construção do Data Center, a equipe que se ocupa da instalação do sistema de climatização começa pela tubulação do ar-condicionado.

A tubulação é posicionada sob o piso elevado. Enquanto isso, as unidades de refrigeração (CRACs – aparelhos de ar condicionado de alta precisão) são dispostas em uma sala separada.

A tubulação abastece a climatização do ambiente e liga os CRACs aos condensadores que ficam do lado de fora do Data Center.

E agora entra um passo extremamente sensível, no qual é proibido qualquer tipo de sujeira ou umidade. Se algo entrar na tubulação nesse momento, pode ser prejudicial para o sistema de refrigeração como um todo.

Por isso, é necessário que todas as equipes parem trabalhos que possam gerar impurezas na hora de fazer as soldas das tubulações.

“Deve ser mantida a integridade das tubulações dessas infraestruturas: tanto no sistema de incêndio quanto na climatização, elas têm que ser bem vedadas, não podem ter nenhuma fresta que permita a penetração de fumaça ou vazamentos de qualquer espécie”, explica o engenheiro Fabrício Costa.

Depois de prontas as tubulações, elas são submetidas a um teste de pressurização com nitrogênio por até 48 horas. O teste serve para avaliar se as soldas estão em perfeito estado e se estão resistindo à pressão. Além disso, é possível verificar se há vazamentos.

“Com isso eu consigo garantir que as soldas estão bem-feitas e que eu tenho a mesma pressão da ponta da evaporadora ao final do condensador”, reforça Costa.

→ Aproveite para saber como funciona o sistema de climatização de precisão em um Data Center.

 

Sistema elétrico

 

Passada a parte da climatização, é hora de finalizar a instalação do sistema elétrico. Nesse passo da construção do Data Center são instalados os quadros de distribuição de energia.

Também é feita a passagem de cabos e a conexão com disjuntores e ramais de distribuição.

A experiência dos profissionais é fundamental nesse ponto. Isso porque a operação é extremamente cuidadosa, pois os cabos não podem ser danificados, dobrados ou amontoados.

Eles devem ser posicionados um ao lado do outro para evitar interferências, curtos ou pontos de aquecimento.

E pode parecer até algo sem importância, mas é crucial a identificação desses cabos para que as manutenções futuras sejam realizadas sem percalços.

Além da ligação à rede elétrica, o sistema elétrico do Data Center também precisa ser conectado aos no-breaks instalados na sala elétrica e aos geradores, que vão garantir o suprimento de energia em caso de queda no fornecimento por parte da concessionária.

→ Você já sabe quais são os melhores tipos de no-breaks e geradores para o seu Data Center? Clique aqui!

 

Sistemas de comunicação e cabeamento estruturado

 

No sétimo passo da construção do Data Center, os cabos metálicos de internet e fibras óticas usados na comunicação de dados são lançados e conectados.

Em uma das pontas, são ligados aos servidores, e na outra, se conectam aos patch panels, que distribuem os grupos de cabos lógicos.

É preciso novamente tomar cuidado nessa etapa, porque os cabos são finos e frágeis. Qualquer dano nesse momento pode reduzir a qualidade e a velocidade de comunicação no Data Center.

“A fibra ótica é um filete de vidro mais fino que um fio de cabelo. Por isso pode se romper facilmente, e se houver uma sujeirinha nesse cabo, a comunicação de dados, que é feita pela passagem de luz nesse vidro, pode ser bloqueada. Além disso, qualquer curvinha fora do padrão que você faça no lançamento pode amassar ou romper os condutores”, alerta o analista de sistemas e diretor comercial da Zeittec, Claudenir de Oliveira.

 

Verificar cabos

 

Para verificar se os cabos estão instalados corretamente e sem nenhum defeito, é feita a certificação com um scanner. O equipamento verifica se o cabo está de acordo com as normas. Caso haja algum problema, a instalação é reprovada e isso pode atrasar a entrega do Data Center.

“Esses testes têm que ser rigorosos porque raios de curvatura, uma curva muito abrupta, uma subida num rack muito abrupta, um cabinho que ficou amassado, que ficou torcido têm um impacto tremendo na velocidade de transmissão do Data Center”, complementa Oliveira.

→ Como você sabe, nosso blog tem tudo sobre Data Centers! Neste post aqui você conhece os tipos de cabeamento estruturado para a rede de dados do seu Data Center.

→ E clicando aqui você conhece as topologias de alta velocidade na comunicação de dados. Aliás, o destaque deste post é justamente a velocidade de conexão do Data Center da Sanepar, nosso exemplo de construção. Por falar nele, vamos ao próximo passo da construção de um Data Center!

 

Instalação dos sistemas de monitoramento do Data Center

 

O último sistema a ser implantado na construção de um Data Center é o de monitoramento e gestão.

Isso porque um sistema de gestão moderno e completo, como o DCIM (que você pode conhecer neste post aqui), é composto de hardwares e softwares que são interligados a todos os demais subsistemas do Data Center.

Ou seja, painéis elétricos, geradores, nobreaks, climatização e detecção de incêndio precisam estar prontos no momento de interligar tudo ao software de gestão.

“O sistema de monitoramento consolida as informações de todos os subsistemas do Data Center em uma tela única. E para isso é necessário que todos os equipamentos já estejam funcionais e comecem a mandar os logs para que o software do DCIM faça essa gestão” – conta Fabrício Costa.

É nessa fase final da construção que são instaladas as ferramentas de controle de acesso a portas, sensores e câmeras de vigilância que completam a gestão ambiental do Data Center.

Agora sim, tudo está pronto para o penúltimo passo da construção do Data Center…

 

Testes de validação da infraestrutura e comissionamento

 

Após feita a instalação de todos os sistemas do Data Center, é imprescindível a realização de testes de validação da infraestrutura e comissionamento.

“Nós temos todo um roteiro de validação com testes que vão desde a limpeza da sala, nivelamento de portas e identificação dos condutores ao comissionamento da rede elétrica” – explica Costa.

Todos os sistemas são avaliados: geradores e UPS, parte elétrica e de comunicação, climatização, controle de incêndio etc. E essas estruturas devem apontar tanto o funcionamento local quanto global do Data Center.

Por exemplo, o sistema de monitoramento do Data Center é avaliado em conjunto com os demais setores. Isso porque portas abertas e alterações funcionais – como a elevação de temperaturas acima do ideal ou falta de energia nos geradores – precisam ser sinalizados pelo software de gestão na tela do DCIM.

Se o sistema de gestão não fizer alertas durante os testes, significa que algo está errado.

 

E como é feita a validação da infraestrutura de um Data Center?

 

1. Carga máxima: Primeiro os sistemas principais, como climatização e geração de energia, são expostos a altas cargas de atividades. Em outras palavras, são estressados ao seu limite durante várias horas. Nesse período, devem operar com, no mínimo, 80% de sua capacidade máxima.

“Nós fazemos esses testes casados. Por exemplo, as cargas que colocamos sobre os geradores geram bastante calor. E o DCIM acaba sendo avaliado ao mesmo tempo, porque ele tem que avisar se essa temperatura chegou próximo do limite pré-estabelecido” – diz o engenheiro.

2. Monitoramento: Todos os equipamentos são monitorados durante o período de teste. Fabrício Costa explica que “num gerador de energia, por exemplo, a gente vai monitorando as correntes para ver se o equipamento ficou estável, se não houve oscilação nas frequências, se ele está bem balanceado, se os condutores apresentaram superaquecimento, se é necessário fazer algum reaperto nos barramentos e painéis.”

3. Análise: Em seguida os equipamentos em teste são desligados e analisados. “No caso do gerador, por exemplo: nós abrimos toda a carenagem, verificamos se esse equipamento apresentou vazamento de óleo, de água, se baixou o nível de óleo e de água, qual foi a temperatura máxima em que o gerador trabalhou nesse período, se ele superaqueceu.”

4. Comissionamento: Caso os equipamentos passem no teste, ainda há a etapa do comissionamento, na qual os sistemas funcionam com carga normal por vários dias. Após esse período, são submetidos a avaliações mais específicas. Uma delas é o teste de estanqueidade.

 

Como é feito o teste de estanqueidade de um Data Center?

 

De modo resumido, o teste de estanqueidade é realizado em ambientes que necessitam de alta segurança contra incêndios, fumaça, fogo e poeira, como sala seguras e salas-cofre.

 Durante o teste, a sala pronta é totalmente vedada e pressurizada. Em seguida, é despressurizada, devendo manter as condições iniciais para comprovar o isolamento ou “estanqueidade”.

“Qual é a vantagem de fazer esses testes totalmente rigorosos? A vantagem é que eu consigo corrigir qualquer rumo enquanto o Data Center ainda está fora de operação” – explica Fabrício Costa.

De acordo com o engenheiro, os testes de validação e comissionamento da infraestrutura expõem fragilidades que, de outra forma, só seriam descobertas mais tarde. E nesse caso, demandariam manutenções ou até a paralisação do Data Center!

“Com esses testes eu descubro se um equipamento veio com defeito de fábrica. Ou você coloca uma carga extremamente elevada e vê que um terminal, um raio de curvatura dentro de um painel elétrico não ficou legal. Faz um teste de termografia e vê que está superaquecendo um conector. É muito mais fácil eu trocar essas peças quando o Data Center não está em operação do que descobrir que isso causou um problema lá na frente”, esclarece.

 

Treinamento operacional

 

Chegou a hora de realizar o treinamento operacional, ou seja: apresentar a nova infraestrutura à equipe de profissionais que fará a operação do Data Center.

“A equipe do cliente precisa estar muito bem treinada para entender como funcionam os principais parâmetros do Data Center. Identificar os equipamentos, cabos e racks principais. Também saber navegar em telas, logs, alarmes e reconhecer as falhas. Assim os gestores saberão munir os técnicos em casos de operações especiais ou manutenções”.

Na Zeittec, por exemplo, esse treinamento é realizado com o cliente por meio de oficinas teóricas e práticas realizadas in loco. E elas devem ocorrer antes que o Data Center entre em funcionamento.

“Nesse treinamento, costumamos realizar uma série de simulações, o que não seria viável com o Data Center em operação. A gente simula, por exemplo, uma falha na concessionária de energia, no nobreak ou  gerador. Tudo para mostrar à equipe do cliente como é o comportamento dos equipamentos dentro do site”.

O treinamento é vital mesmo quando uma empresa especializada, como a Zeittec, é contratada para realizar as manutenções do Data Center. Isso porque a maior parte das falhas em ambientes críticos de TI ocorrem por erros humanos.

 

11. Moving de ativos: etapa final da construção de Data Centers

 

Após os testes finais e ajustes – se necessários –, o novo Data Center está pronto para ser conectado à rede elétrica e iniciar o funcionamento.

Mas há muitos casos de reforma de Data Center ou transferência para um novo local. Nesses casos, a construção do Data Center só termina após a realização do moving de ativos.

O moving de ativos é o transporte dos servidores, HDs e outros equipamentos da antiga para a nova infraestrutura do Data Center. E essa é uma operação muito delicada!

Ela exige até mesmo um plano específico, que prevê todas as etapas desse transporte, desde o trajeto e a previsão do tempo até o que fazer no caso de algum funcionário ficar doente.

O plano de moving deve responder perguntas como: se estiver chovendo, o que eu vou fazer? Que tipo de embalagem eu tenho que colocar nesses equipamentos? Preciso ter uma tenda, uma lona, algo mais específico? Por onde esse equipamento vai passar? As portas têm largura suficiente? Entre muitas outras…

→ Veja aqui como é elaborado um plano de moving e o que precisa ser considerado na migração de um Data Center!

Além de um plano A, B e, se possível, C, o moving precisa contar com o transporte cuidadoso de equipamentos delicados.

“Em muitos Data Centers, há equipamentos específicos e extremamente sensíveis. Por exemplo, na Sanepar, toda a operação da Companhia de Saneamento do Paraná dependia de um mainframe Z13, que custa milhões de reais e faz todo o processamento de contas de água da empresa. Então, é preciso prever o transporte seguro de equipamentos de alto nível, sensíveis e de valores elevados.”

 

Janela de moving

 

Outro cuidado essencial que precisa ser tomado na construção de um Data Center é o tempo de execução do moving de ativos.

Toda a operação precisa ser realizada em períodos específicos em que o Data Center antigo possa ser desligado, paralisando atividades. Por isso, normalmente precisa ser feito em períodos curtos fora do horário de expediente. E isso exige muito planejamento!

“Eu costumo dizer que você gasta muito, mas muito tempo mesmo fazendo o planejamento para só chegar no dia do moving e, basicamente, não precisar pensar” – salienta Costa.

Na construção do Data Center da Sanepar, todo o planejamento e execução do moving, que eram previstos para três meses, ocorreram em 30 dias.

Para Priscila Marchini Brunetta, diretora administrativa da Sanepar, “o moving é um momento delicado para a companhia, porque o sistema não pode ter paradas, não pode ter falhas. E ele transcorreu na mais perfeita ordem”.

Realizado o moving dos ativos e feitas todas as conexões dos equipamentos no novo local, a construção do Data Center está concluída. Basta agora energizar a sala e o Data Center está em pleno funcionamento.

 

Quanto tempo leva para construir um Data Center?

 

É claro que o tempo de duração da construção de um Data Center varia com o projeto, tamanho e complexidade da obra.

No caso de Data Centers modulares a construção é mais rápida, podendo ser feita em até três meses. E chega a ser 30% mais econômica!

Se o Data Center for de alvenaria convencional, quanto mais reformas civis forem necessárias, mais tempo levará para concluir a implantação.

→ Por falar nisso, você sabe quais são as diferentes infraestruturas ou “sistemas construtivos” que seu Data Center pode ter?

 Na Sanepar, o tempo total de montagem da infraestrutura, em sistema de sala segura modular, foi de 10 meses.

E após a obra, a Companhia de Saneamento do Paraná passou a contar com um Data Center padrão Tier 3 em elétrica, com total segurança para atender mais de 10 milhões de paranaenses em 346 municípios.

“A Sanepar precisa de um Data Center seguro, robusto e contundente como tem hoje” – afirma a diretora administrativa da empresa. E então…

 

Quem vai montar o seu Data Center?

 

Agora você conhece os 11 passos da implantação e os cuidados essenciais na construção de um Data Center de alta qualidade! Ou seja, um Data Center com as redundâncias necessárias para a proteção contra paralisações, e com a segurança de uma infraestrutura física capaz de proteger dados e equipamentos.

Com tantas etapas, ficou nítido que a construção de Data Centers é uma operação extremamente complexa e que exige muito planejamento e experiência na execução de todas as elas.

Por isso, é muito importante que o seu Data Center seja projetado e implantado por quem já tenha a expertise e a capacidade comprovada de fazê-lo.

É o caso da Zeittec, que há mais de duas décadas instala e reforma Data Centers em vários locais do Brasil, sempre com altíssima qualidade nos serviços prestados.

Veja alguns de nossos cases Brasil afora:

→ Se a sua empresa precisa de auxílio para a construção de seu Data Center corporativo, entre em contato com os nossos profissionais. Eles estão prontos para ajudar.

→ Aproveite também para ler nosso post sobre a construção de Data Centers corporativos em regime turn-key, que vai do projeto às chaves na mão.

Esperamos que este conteúdo tenha sido útil. Até o próximo post!

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