Virtual ou físico: qual é O MELHOR DATA CENTER PARA A SUA EMPRESA?

A cada ano, inúmeras empresas de pesquisa e fornecedores de tecnologia analisam o mercado de Data Centers, apontando tendências para o setor.

Quando lemos essas análises, vemos que elas quase sempre sinalizam o crescimento da nuvem. Mas também do Data Center físico on-premises.

Com isso, uma questão sempre volta à tona: é melhor  migrar para a nuvem ou manter as cargas críticas dentro de casa?

A resposta é: depende. Principalmente dos requisitos de TI, da complexidade dos aplicativos em uso, bem como do modelo de negócios e da estratégia de cada organização.

De cara, é possível afirmar que a hospedagem em nuvem cresce enquanto o Data Center físico… também!

Vejamos por que os dois sistemas de armazenagem andam e se desenvolvem em paralelo, sem que um anule o outro.

 

Data Centers, de qualquer tipo, em alta no Brasil

 

Um levantamento divulgado em fevereiro de 2024 pela empresa de consultoria Arizton aponta que o Brasil lidera o mercado de Data Centers na América Latina, sendo responsável por mais de 50% do investimento total na região. No ano passado, essa porcentagem era de 40%!

De acordo com o estudo, o mercado brasileiro de Data Centers (avaliado em U$$ 3,11 bilhões em 2023 e com projeção de crescer 7,16% até 2029, chegando a U$$ 4,72 bilhões), desponta devido a fatores como a rápida digitalização, aumento da conectividade por cabo, ampliação de serviços 5G e da adoção de tecnologias de IA, big data e IoT.

Com a incorporação dessas tecnologias e aplicações digitais crescendo nas empresas, é cada vez maior o número de corporações buscando um local confiável para armazenar suas cargas e aplicativos.

Muitas fazem isso construindo um Data Center físico on-premises – e podemos afirmar que esse mercado é maior a cada ano! – enquanto outras optam por hospedar suas cargas em nuvem. E isso também cresce ano a ano.

É o que diz a última pesquisa INEXTI (IDC/OI). O estudo apontou que 41% das empresas possuem cargas críticas em nuvem.

Esse número teve um leve crescimento em relação à pesquisa anterior, quando o índice revelou que:

“84% das empresas contam com ambientes de TI tradicionais (data center próprio, on-premises) e que 39% das que utilizam cloud, têm workloads críticos na nuvem”.

Enquanto a maior parte das corporações mantém Data Centers próprios, as que hospedam cargas críticas em nuvem esperam vantagens como a ausência de custos de construção ou ampliação da infraestrutura física e dedicar menos esforços da TI para manter a operação do centro de dados.

Porém, apesar da evolução da armazenagem em cloud, com novos Data Centers hyperscale sendo construídos no Brasil a cada ano, há realmente uma grande parte das corporações que prefere manter a posse e o controle absoluto de seus dados e aplicativos em infraestruturas próprias.

 

Dificuldades em migrar para a nuvem

 

São vários os motivos que levam empresas de variados perfis a não migrar para a nuvem. De acordo com o INEXTI:

“Entre os desafios apontados para a migração para a nuvem estão problemas com conectividade (39%), dificuldade para prever custos (38%) e falta de capacitação técnica sobre nuvem (20%).

Muitas vezes, sistemas legados possuem difícil integração com a hospedagem cloud, outro motivo que mantém o Data Center físico como peça fundamental para muitas corporações.

Para elas, um centro de dados próprio, instalado on-premises, dá o suporte necessário às operações corporativas com segurança e controle.

Aqui na Zeittec, nós convivemos com essa predisposição do mercado há um bom tempo, atendendo muitos clientes que constroem Data Centers corporativos próprios ou contratam um retrofit para modernizar centros de dados antigos. Entre eles:

 

 

Híbrido: a grande tendência

 

Além disso, para muitas corporações, ter um Data Center físico próprio possibilita um modelo híbrido que vem se consolidando como tendência entre as empresas com operações críticas.

Essa tendência é: manter as cargas mais importantes dentro de casa. E, quando necessário, distribuir blocos de armazenagem em uma rede multicloud, que pode combinar a nuvem privada e pública ao Data Center físico on-premisses.

Corporações privadas são mais abertas a levar cargas para a nuvem, enquanto as organizações públicas geralmente optam pelo controle total de seus dados, mas já estão mais dispostas a incorporar a armazenagem híbrida.

Qual é o resultado disso tudo?

A nuvem se expande. O Data Center físico, também.

Para o engenheiro Fabrício Costa, diretor técnico da Zeittec, os tipos de Data Center mais convencionais, como o enterprise, não devem acabar.

“O ponto de equilíbrio é a mescla de uma solução em nuvem e própria.”

 

Por que a hospedagem em nuvem e colo não deve suplantar os empreendimentos enterprise?

 

Vamos traduzir os números das pesquisas em dados práticos baseados no que observamos junto aos nossos clientes.

 

1. Dependência de links de internet

 

Nosso diretor técnico, Fabrício Costa, explica:

“Tenho um Data Center interno na minha empresa, uma fábrica, por exemplo. Se eu tiver uma perda de conexão com o mundo exterior, a minha fábrica continua funcionando.

Mas se todos os meus serviços estão hospedados fora e eu perder a minha conexão com a internet, eu perco o meu Data Center também, uma vez que os meus serviços não estão fisicamente dentro da minha planta fabril.

Então, na nuvem você passa a ter determinadas questões que têm que ser muito bem analisadas.”

 

2. Dificuldade de prever custos a longo prazo

 

“Num Data Center colocation há várias formas de mensurar o valor pago. Pode ser por megabyte, pode ser por consumo de energia. Depende do serviço contratado, nem sempre será a melhor solução você ter 100% externo, rodando fora.”

Isso significa que, como o passar dos anos, a quantidade de bytes armazenados por sua empresa pode chegar a um ponto que os custos se tornem muito elevados, representando desvantagem em relação à manutenção de um Data Center físico on-premises.

 

3. Perda do controle sobre a infraestrutura de TI

 

“Na nuvem, não é mais você que está gerenciando. Então, você tem que conhecer muito bem o local para onde você está indo, as características – e aí a questão dos Tiers da Uptime acabam ajudando bastante porque dão uma noção do porte desse Data Center.

Você tem que pensar muito bem nos teus links, nas tuas conexões com esse Data Center externo.

Todas essas questões também precisam ser observadas na hora dessa tomada de decisão.”

 

4. Serviços em nuvem podem falhar

 

Nesse aspecto,  esta pesquisa do Uptime Insitute afirma:

“A nuvem pública e outros serviços de data center de terceiros não são imunes a interrupções ou degradações do serviço. O processo de verificação de serviços de terceiros deve ir além de uma simples revisão do contrato em nível de serviço e incluir visibilidade, resiliência, responsabilidade e custos reais.”

 

O que leva as empresas a manterem seus Data Center em casa?

 

No terreno prático, as vantagens que a grande maioria das corporações que atendemos aqui na Zeittec apontam sobre manter uma infraestrutura própria geralmente são:

 

  • Controle total da operação, sem depender de regras de terceiros.
  • Posse de dados críticos.
  • Alto nível de segurança e proteção das informações.
  • Servidores dedicados, não compartilhados com outros usuários.
  • Preocupações com o atendimento a conformidades e normas de proteção de dados, como a LGPD.
  • Baixa latência, mantendo aplicativos perto dos usuários e com alta velocidade de resposta.
  • Eficiência e qualidade nos serviços e aplicações de TI.
  • Alta disponibilidade de dados com redundâncias e múltiplas soluções de backup de dados, físicas e em nuvem.
  • Redundância de redes evitando indisponibilidades de acesso aos dados e evitando falhas de conectividade em nuvem.
  • Possibilidade de terceirizar a manutenção preventiva do Data Center e o monitoramento de ativos em NOC.

 

Muitos dos nossos clientes combinam todas essas vantagens com infraestruturas modulares, que entregam excelente escalabilidade permitindo aumentar as cargas de TI em módulos.

E mesclam a hospedagem física com a nuvem, pública ou privada, criando abordagens híbridas.

Um exemplo disso é o novo Data Center do IBGE, localizado no Rio de Janeiro. A Zeittec construiu essa infraestrutura um pouco antes do início do Censo 2022.

Para elevar a capacidade de processamento e apurar os dados do Censo, o IBGE implantou 200 servidores físicos, criando uma nuvem privada a partir deles.

Com isso, passou a ter entre 800 e 900 servidores, físicos e virtuais, numa nuvem nacional que uniu o novo Data Center do Rio a um centro de dados secundário localizado em São Paulo.

→Veja mais nesta publicação do IBGE. E conheça os Data Centers no vídeo do órgão sobre a tecnologia por trás do Censo 2022.

 

A decisão final

 

Entre ficar com os pés no chão ou partir para a nuvem, pondere os custos de construção e manutenção da operação física versus a imprevisibilidade gerada por custos crescentes na nuvem. Lembre-se de que sua armazenagem irá aumentar e, com isso, os custos de cloud também.

Avalie quanto o risco de problemas com conectividade e disponibilidade afetam a sua operação.

Fatores como latência e qualidade da comunicação são importantes para você? Eles seriam garantidos pela nuvem ou seria melhor manter os dados e aplicações digitais dentro de casa ou perto de consumidores?

Pondere o controle e a autonomia frente a dependência de regras de provedores. O que você fará se política do provedor mudar com o tempo?

Como você pode ver, definir a infraestrutura mais indicada  para suprir as demandas tecnológicas da sua empresa agora e no longo prazo passa pela análise de inúmeros riscos envolvidos.

Para sua empresa a tomar a melhor decisão entre a nuvem e um Data Center físico, um bom caminho é realizar uma avaliação de riscos da sua infraestrutura de TI e contar com a consultoria de engenheiros especialistas em Data Centers.

Se precisar de consultores especializados nisso, conte com a Zeittec para elaborar um planejamento alinhado aos objetivos de negócios da sua corporação.

Abraço e até o próximo artigo!

 

 

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