O que são SALAS SEGURAS e como são feitos os testes que certificam esses ambientes?

Há muitos mitos sobre Salas Seguras Certificadas no mercado de Data Centers. E eles costumam gerar uma robusta lista de dúvidas, como:

  • O que são, verdadeiramente, as salas seguras certificadas?
  • Para que elas servem?
  • Como são feitos os testes que garantem a certificação desses ambientes?
  • Que modelo de certificação usar numa Sala Segura?
  • Quais são as normas complementares que podem ser usadas para elevar ainda mais a confiabilidade da Sala Segura?
  • Será que eu preciso de um Data Center com as características de uma Sala Segura certificada?

Por isso preparamos este post especial com informações precisas (e sem enrolação!) sobre as principais questões técnicas envolvendo Salas Seguras.

Elas vão ajudar a compreender as vantagens que você terá ao construir seu Data Center em sistema de Sala Segura Certificada.

E, principalmente, a decidir se este é o investimento certo para atender as demandas da sua empresa. Pronto para começar?

 

O que é uma Sala Segura Certificada?

 

A definição é simples: a Sala Segura é um ambiente cujas paredes são construídas com painéis corta-fogo certificados pela norma ABNT 10636 e porta certificada pela NBR 6479.

O objetivo desse sistema construtivo de Data Centers é proteger os equipamentos dos efeitos nocivos do fogo, calor e gases, elevando a segurança do ambiente de processamento de dados da empresa contra os danos causados em situações de incêndio.

Só que esse é o mínimo que uma Sala Segura deve ter. Outras normas podem ser utilizadas para certificar diversas funcionalidades do Data Center, elevando ainda mais a segurança do ambiente.

Nada impede que você tenha uma Sala Segura na sua empresa com a certificação extra da norma NBR IEC 60529 contra a penetração de sólidos e líquidos, por exemplo.

Portanto, esses ambientes de alta segurança são personalizáveis conforme a necessidade, podendo atingir os mais elevados graus de proteção de equipamentos e dados.

Ao mesmo tempo, não há uma norma específica que certifique todo o ambiente de uma Sala Segura, e sim suas paredes e portas. E aí começam os mitos e confusões sobre o tema. É o que vamos explicar!

 

Características de uma Sala Segura Certificada

 

A Sala Segura precisa resistir ao fogo durante determinado tempo sem perder estanqueidade, isolamento térmico e estabilidade: características que garantem a capacidade de conter os efeitos de um incêndio.

Para que isso seja possível, as paredes não estruturais da Sala Segura devem ser construídas com painéis corta-fogo certificados pela norma NBR 10.636.

Basicamente, essas paredes são constituídas de chapas de aço revestidas com papel cerâmico, manta cerâmica e isoladores. Além disso, toda a pintura das chapas é feita com tinta intumescente (antichamas).

A porta da Sala Segura, por sua vez, deve ter proteção contra chamas em acordo à NBR 6479.

Esses componentes passam por testes de resistência ao calor estabelecidos por essas normas.

Portanto, não é o ambiente todo que é certificado, como acontece com as Salas-Cofre, onde a infraestrutura inteira é, literalmente, incendiada durante a certificação.

Na Sala Segura, o ensaio de resistência a chamas é realizado com um corpo de prova que consiste de uma amostra da parede que será utilizada para construir a sala segura, e com as dimensões mínimas exigidas pela norma.

No caso das paredes não estruturais, o próprio fabricante pode certificar o produto em um laboratório independente acreditado pelo Inmetro. Atualmente, a UL do Brasil e a própria ABNT são homologados para realizar esse tipo de certificação.

E o teste pode ser feito com um só painel.

Mas, então, uma Sala Segura não é tão segura quanto uma Sala-Cofre? Ledo engano. Ela pode ser tão segura quanto!

Isso porque, além de ser construída com painéis e porta em acordo às NBRs 10636 e 6479, a Sala Segura pode ter várias outras funcionalidades certificadas por uma série de normas complementares, tornando-se um ambiente extremamente confiável.

Veja quais são essas normas e como são realizados os testes de certificação de uma Sala Segura!

 

Conheça a certificação da ABNT 10.636 para Salas Seguras

 

A norma da ABNT 10636 estabelece a maneira de executar os testes de resistência a fogo, estabilidade e estanqueidade de paredes e divisórias não estruturais.

O teste é realizado com um corpo de prova feito do mesmo material que será utilizado na construção da Sala Segura.

Pode ser um painel, por exemplo, que é submetido a fogo dentro de um forno, cuja temperatura aumenta progressivamente.

Durante e ao final do período de testagem determinado pela norma, o corpo de prova passa por uma avaliação dos danos que sofreu pela ação do fogo.

O ensaio comprova por quanto tempo o material testado permanece íntegro às chamas em determinadas condições de temperatura e pressão.

Ou seja, o quanto ele será capaz de proteger os equipamentos que estarão dentro do Data Center dos efeitos de um incêndio.

Com base nos resultados, a norma classifica o grau de resistência a incêndios desse componente da Sala Segura.

O painel que passa na avaliação recebe a certificação da ABNT 10636. E isso significa que uma Sala Segura construída com esse material terá paredes capazes de manter a estabilidade, estanqueidade e bom nível de isolamento térmico.  Mas você pode estar perguntando…

 

Sala segura 1

 

O que são estabilidade, estanqueidade e isolamento térmico de uma Sala Segura?

 

De acordo com a ABNT 10.636, são as características físicas que garantem que as paredes e divisórias não estruturais da Sala Segura protegerão o ambiente dos efeitos prejudiciais do fogo, como o calor por chamas ou gases quentes.

 

Estabilidade

 

É a característica da parede ou divisória de se manter íntegra, sem deformações, trincas, curvaturas ou colapsos causados pelo fogo.

Essas alterações são anotadas durante todo o andamento do teste de certificação, demonstrando o comportamento do material conforme a temperatura aumenta.

 

Estanqueidade

 

É a capacidade que a parede da Sala Segura terá de bloquear a passagem de chamas e gases quentes comuns em uma situação de incêndio.

 

Isolamento térmico

 

Uma parede com bom isolamento térmico não transmite tanto calor num caso de incêndio.

A resistência à transmissão do calor é essencial para impedir a extensão dos danos.

Ela garante que, na face não exposta ao fogo, a temperatura não ultrapasse os limites determinados pela norma para garantir a proteção dos equipamentos instalados dentro da Sala Segura.

Essas três características – que garantirão a resistência da Sala Segura – são medidas durante todo o tempo em que o corpo de prova é submetido ao fogo, nas condições de pressão e ambientais estabelecidas pela norma.

Dessa forma, é possível saber por quanto tempo os painéis resistem ao fogo sem sofrer danos que afetam a capacidade das paredes e divisórias protegerem o Data Center.

Confira o que acontece em cada etapa da certificação da ABNT 10636 para Salas Seguras!

 

Passo a passo do teste de resistência a fogo da ABNT 10636 para Salas Seguras

 

A norma ABNT 10636 não exige que se construa uma Sala Segura para depois incendiá-la, como acontece com as Salas-Cofre (como você pode conferir aqui!).

Por isso, a certificação das paredes não estruturais é realizada com um corpo de prova que é lançado ao fogo dentro de um forno de teste.

Normalmente, esse corpo de prova é constituído de uma das divisórias da Sala Segura mais a porta antichamas.

Essa operação segue rígidos controles, que vão da determinação das características do corpo de prova, forno e demais equipamentos de medição ao método de execução de cada etapa. Confira o passo a passo!

 

1. Determinando o corpo de prova

 

O corpo de prova feito do material utilizado nos painéis da Sala Segura deve ter tamanho mínimo de 2,5 m de largura por 2,5 m de altura.

Além disso, sua espessura precisa ser igual à que terão as paredes e divisórias do Data Center.

Logo após a fabricação, o corpo de prova precisa ser protegido de ventos e chuva, para que mantenha as características originais de resistência mecânica.

Por isso mesmo, o teste precisa ser realizado em condições exatas de temperatura do ambiente, velocidade do vento e pressão.

Os painéis corta-fogo de uma Sala Segura podem ser construídos para proteger o Data Center contra chamas em uma ou ambas as faces.

Se for necessário que tenham proteção dupla-face, o lado menos resistente é que será exposto às chamas durante o teste de certificação.

Além dos painéis, elementos integrados a eles, como portas, vedações, vigas e pilares podem compor a amostra que será avaliada.

Nesses casos, porém, a norma estabelece que portas e vedações sejam testados conforme as especificações da  NBR 6479, e vigas e pilares, conforme a NBR 5628.

 

2. Forno

 

O forno utilizado no teste da NBR 10636 deve permitir a elevação gradual da temperatura ao longo do tempo de ensaio.

Quando a avaliação começa, a temperatura dentro do forno deve estar entre 10°C a 40 °C. Em cinco minutos, atinge 556°C, em uma hora, 925°C, e em seis horas, 1193°C.

Ou seja, o forno precisa ser capaz de suportar uma curva padrão de aquecimento por minutos de fogo como na figura.

Além do forno, são utilizados os equipamentos que fazem a medição da temperatura e de outras condições ambientais que são fundamentais para a eficácia do teste, com pressão e velocidade dos ventos.

 

3. Preparação para o teste

 

O controle do ambiente é uma etapa essencial para que os resultados do ensaio de certificação dos painéis da Sala Segura sejam precisos.

Por isso, a norma ABNT 10636 prescreve algumas condições ambientais que devem ser verificadas antes do teste começar. São elas:

  • Temperatura ambiente e temperatura inicial do forno entre 10 e 40 graus Célsius.
  • Pressão no interior do forno na ordem de 10pa.
  • Velocidade do vento da ordem de 1,3ms.
  • Corpo de prova devidamente acondicionado.

Se tudo estiver em ordem, o teste pode começar. Para realizar todas as medições antes e durante o ensaio, são empregados os seguintes equipamentos:

 

Sensores do tipo termopar

 

São utilizados para medir a temperatura no interior do forno e na superfície do corpo de prova que não será exposta ao fogo.

Os termopares são solados à face não exposta do corpo de prova e devem seguir vários critérios de tamanho e preparação prévia.

“As leituras devem ser feitas durante o decorrer de todo o ensaio, em intervalos que não excedam 5 min. As temperaturas devem ser medidas com precisão de pelo menos ± 1,5%” – especifica a norma.

Portanto, as leituras não ocorrem só no interior do forno como na superfície do corpo de provas.

 

Pirômetros

 

São termômetros por infravermelho que medem a irradiação térmica da superfície dos objetos, informando sua temperatura.

Atuam em conjunto com os termopares na determinação da temperatura interna do forno (operando entre 400°C e 1000°C), bem como da face do corpo de prova não exposta ao fogo (operando entre 0° e 300°C).

 

Manômetro

 

É o equipamento utilizado para medir a pressão. Durante o teste, a pressão dentro do forno deverá estar acima da atmosférica em determinada região do corpo-de-prova.

Por isso, seu controle deve ser efetuado a partir de 10 minutos após o início do ensaio, em intervalos de 5 minutos.

 

Anemômetro

 

Mede a velocidade do vento. Durante todo o ensaio, a velocidade do ar na superfície externa do corpo-de-prova não pode ultrapassar 1,3 metros por segundo.

 

Sala segura 3

 

4. Execução do ensaio

 

O primeiro passo é posicionar os sensores (termopares) que irão aferir a temperatura do forno e da superfície do corpo de prova.

A norma exige que pelo menos cinco termopares sejam fixados em pontos simétricos no interior do forno, correspondendo a pelo menos um sensor a cada 1,5 m² da área ocupada pelo corpo de prova.

Além disso, a face do corpo de prova não exposta ao fogo recebe sensores de temperatura que são soldados em cinco pontos de sua superfície.

Quando o ensaio começa, os termopares começam a registrar continuamente as temperaturas, que vão elevando na medida em que o forno aquece. Isso deve ocorrer conforme a “curva padrão de aquecimento x tempo” estabelecida pela norma (que mostramos na tabela acima).

A cada cinco minutos é anotada a temperatura do corpo de prova, que é composta da média aritmética das medições feitas pelos diversos termopares instalados sem sua superfície.

A duração do teste varia de acordo com a classificação desejada para as paredes da Sala Segura.

“Por exemplo, se queremos que a parede tenha classificação de resistência a fogo por 120 minutos, devemos aquecer o forno até 120 minutos” – explica o diretor técnico da Zeittec, Fabrício Costa.

Conforme o nível de proteção definido, o ensaio da NBR 10636 poderá durar 15, 30, 45, 60, 90, 120, 180, 240 ou 360 minutos. Esse será o período máximo em que as paredes da Sala Segura poderão resistir a um incêndio, impedindo que o Data Center sofra danos por chamas ou gases.

 

Avaliação final da estabilidade, isolamento e estanqueidade da Sala Segura

 

Ao final do tempo previsto para o ensaio, o corpo de prova passa por testes que avaliam como o material se comportou, sua temperatura final, se está íntegro ou danificado.

Ou seja, se os painéis serão capazes de garantir estabilidade, isolamento e estanqueidade à Sala Segura. Vamos aos testes finais da certificação!

 

Teste de estabilidade

 

No teste de estabilidade, o corpo de prova precisa resistir à ação do fogo sem apresentar sinais de perda da integridade física.

Por isso, durante toda avaliação, deformações, alterações de curvatura e trincas que surgem são medidas e analisadas. Se o corpo de prova demonstrar instabilidade, é reprovado.

Mas não é só. A amostra só é considerada estável se passar ainda por num teste de resistência a choques mecânicos realizado três minutos antes do encerramento do ensaio.

Nesse teste, três pontos da superfície do corpo-de-prova que não foi exposta ao fogo recebem o impacto de uma esfera de aço de 15 kg a 25 kg em movimento pendular.

Para ser considerado estável, o corpo de prova não pode entrar em colapso. Isso garante que o material a ser  utilizado nas paredes e divisórias da Sala Segura conseguirá  resistir ao fogo sem perder sua funcionalidade na proteção do Data Center.

 

Teste de estanqueidade

 

Para serem estanques, as paredes da Sala Segura não podem ter trincas ou fendas que permitam a passagem de gases quentes ou chamas da face sob fogo para a face não exposta a chamas.

Tudo para impedir que um incêndio na sala ao lado, por exemplo, afete o interior do Data Center com fumaça, fogo ou calor excessivo.

Por isso, durante o ensaio da norma 10636, o corpo de prova precisa passar pelo “teste do algodão”.

Nele, um chumaço de algodão é mantido a uma distância de 20 a 30 milímetros de trincas ou aberturas que tenham surgido durante o ensaio. E isso por 10 a 20 segundos.

Se o corpo de prova não for estanque, haverá a passagem de calor ou chamas que incendiarão o algodão.

Mas se o chumaço não queimar e a trinca não apresentar chamas que durem mais de 10 segundos, significa que a parede da Sala Segura será suficientemente hermética para isolar o Data Center contra a passagem de gases e chamas.

A norma é tão rigorosa que estabelece o tamanho, o modo de fixação e até mesmo o tipo do algodão utilizado no teste.

O chumaço deve, por exemplo, ter fibras totalmente naturais, novas, macias, não tingidas e secas em estufa a 100°C meia hora antes da avaliação.

 

Teste de isolamento térmico

 

O objetivo deste teste é avaliar se o material empregado na confecção das paredes da Sala Segura garantirá um isolamento térmico satisfatório, protegendo o Data Center da propagação de calor num caso de incêndio.

Para isso, é feita a média aritmética das temperaturas registradas pelos termopares soldados à face do corpo de prova que não foi submetida ao fogo.

Ou seja, é considerada a temperatura aferida na superfície do painel que está sendo ensaiado.

Essa é uma grande diferença em relação às Salas-Cofre, onde a temperatura é medida no interior da própria sala, que é incendiada dentro de um forno durante a certificação da ABNT 15.247.

No final do teste de isolamento térmico, a superfície do corpo de prova que representa a Sala Segura não poderá ter um aumento de temperatura média superior a 140°C em relação ao início do ensaio.

Além disso, nenhum dos sensores de temperatura deverá ter registrado, isoladamente, uma elevação superior a 180°C.

Se essas condições forem atendidas, significa que a Sala Segura Certificada terá os requisitos ideais para evitar que o calor se espalhe rapidamente em caso de um incêndio.

 

Classificação das paredes da Sala Segura

 

A partir dos resultados dos testes de isolamento, estanqueidade e estabilidade, o corpo de prova que representa a Sala Segura Certificada é classificado quanto aos graus e categorias de resistência ao fogo.

 

Categorias de resistência ao fogo

 

Medem o nível de proteção do corpo de prova, que poderá ser classificado como:

  • Corta-fogo (CF): quando atende a todos os critérios de resistência, ou seja, isolamento, estanqueidade e estabilidade.
  • Para-chamas (PC): possui estanqueidade e estabilidade, mas não tem comprovação de isolamento térmico.

 

Graus de resistência ao fogo

 

São expressos em minutos. Tanto as paredes classificadas como corta-fogo (CF) quanto as para-chamas (PC) são capazes de manter as características de sua categoria de resistência por determinado tempo, que pode ser 360, 240, 180,120, 90, 60, 45, 30 ou 15 minutos.

Por isso, uma parede pode receber a categoria CF (corta-fogo) após ser testada por 30 minutos, sendo então uma CF30.

Outra pode ser reprovada no teste de isolamento, recebendo a categoria PC (para-chamas) após 60 minutos de fogo, sendo, então, classificada como PC 60.

Assim, temos:

  • Salas Seguras com paredes e divisórias corta-fogo CF15, CF 30, CF 45, CF 60, CF 90, CF 120, CF 180, CF 240 ou, no máximo, CF 360.
  • Salas Seguras com paredes e divisórias para-chamas PC 15, PC 30, PC 45, PC 60, PC 90, PC 120, PC 180, PC 240 ou PC 360.

Quanto maior o tempo de resistência, maior será a proteção da Sala Segura aos equipamentos do Data Center.

 

Enfim, o Certificado de Conformidade!

 

Sua Sala Segura passou no teste? Parabéns!

Quando todos os ensaios da ABNT 10636 são concluídos, o proprietário recebe da entidade certificadora o “Certificado de Conformidade”.

É um documento técnico atestando que a Sala Segura utiliza materiais que seguem os padrões da norma para a sua categoria.

E tudo acaba aqui, certo? Ainda não! Dependendo do método utilizado para a certificação, novos testes de manutenção da conformidade serão necessários. Veja por quê!

 

Os modelos de certificação do Inmetro

 

Há seis diferentes modelos de certificação estabelecidos pelo Inmetro. Eles valem para todos os ambientes, produtos ou serviços certificados por uma norma.

Alguns trazem maior segurança ao longo do tempo, e outros não são recomendados para Salas Seguras.

Por isso, você precisa conhecê-los antes de contratar a empresa de engenharia que construirá seu Data Center, a fim de planejar com ela o modelo correto de certificação para garantir a melhor proteção ao seu ambiente de TI!

Os modelos de certificação estabelecem como deve ser a coleta da amostra utilizada no ensaio e se a avaliação da conformidade com a norma será feita uma ou mais vezes.

Alguns modelos podem incluir avaliações periódicas de manutenção, que têm por objetivo verificar se os produtos continuam mantendo as características previstas pela norma após a emissão do Certificado da Conformidade.

Conheça os modelos de certificação e saiba qual é o ideal para as Salas Seguras!

 

Modelo de Certificação 1 A

 

Nesse modelo é feita uma única avaliação, na qual uma ou mais amostras do produto passam pelos ensaios da norma utilizada para a certificação.

Portanto, nesse tipo de certificação não há avaliações periódicas de manutenção da conformidade, de modo que só o produto testado é coberto pelo Certificado de Conformidade.

Ou seja, um painel antichamas de um fabricante pode passar nos ensaios e receber a certificação da ABNT 10.636. Mas os demais que forem utilizados na Sala Segura podem não ter a mesma qualidade, já que não são avaliados.

Por isso, não é um modelo de certificação recomendado para Salas Seguras, pois não mantém a garantia de conformidade à norma nos painéis efetivamente utilizados na construção do Data Center.

 

Modelo de Certificação 1B

 

É o método de certificação focado um lote de produtos. O ensaio pode ser realizado com uma parcela do lote, coletada de forma aleatória, ou com todas as unidades. A garantia de qualidade aumenta um pouco, mas o Certificado de Conformidade ainda é restrito ao lote certificado.

 

Modelo de Certificação 2

 

As certificações baseadas nesse modelo são feitas em etapas. Primeiro, uma avaliação inicial onde os ensaios da norma são realizados em amostras retiradas no fabricante.

No entanto, após a emissão do Certificado de Conformidade, são necessárias avaliações de manutenção periódicas com amostras do produto coletadas no mercado.

O objetivo é verificar se o produto certificado mantém as características prescritas pela norma ao longo do tempo, mesmo após a certificação.

 

Modelo de Certificação 3

 

É bastante semelhante ao Modelo 2, que garante maior segurança ao produto certificado.

A diferença é que aqui as avaliações de manutenção periódicas de conformidade são feitas com amostras coletadas na fábrica, e não no mercado.

 

Modelo de Certificação 4

 

Neste modelo, a avaliação inicial é constituída de ensaios em amostras retiradas no fabricante. Mas a avaliação de manutenção periódica é feita com amostras do produto coletadas tanto na fábrica quanto no comércio ou em um deles de cada vez, alternadamente.

 

Modelo de Certificação 5

 

Este modelo prescreve alguns requisitos a mais para elevar a segurança do produto certificado.

A avaliação inicial continua sendo feita com amostras retiradas do fabricante. Mas inclui uma auditoria do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). E esta é seguida pela avaliação de manutenção periódica de amostras do produto coletadas na fábrica e/ou no comércio.

A manutenção da conformidade está atrelada a uma avaliação periódica do processo produtivo ou a uma auditoria do SGQ (ou a ambos).

O modelo de certificação 5 eleva a garantia de qualidade e a manutenção da conformidade. Por isso, é o método   recomendado para Salas Seguras e para Salas-Cofre certificadas pela ABNT 15.247.

 

Modelo de Certificação 6

 

Na certificação baseada no modelo 6, a avaliação inicial é a própria auditoria do Sistema de Gestão da Qualidade ou inspeções, seguidas de manutenção periódica.

Por isso, é o tipo de certificação voltado a serviços e processos, e não a um produto em si.

A manutenção da conformidade é feita por auditoria periódica do SGQ, além de avaliação periódica do serviço ou processo certificado.

 

Normas complementares que elevam a proteção da Sala Segura Certificada

 

Já vimos que a Sala Segura precisa ter painéis certificados pela norma ABNT 10636 e porta corta-fogo certificada pela NBR 6479.

Essas características garantem alta proteção da Sala Segura contra a penetração de chamas, calor e gases quentes.

Mas, em alguns casos, será interessante ir além da segurança contrafogo, adicionando ao ambiente também proteções contra alagamentos e escombros, por exemplo.

Você poderá elevar ainda mais a segurança do Data seu Center certificando outros componentes funcionais de acordo com várias normas complementares, nacionais ou internacionais.

São exemplos de certificações que elevarão a proteção do seu ambiente de TI:

  • Certificação de vigas e pilares – em acordo à NBR 5628.
  • Grau de proteção do invólucro da Sala Segura contra a penetração de sólidos e líquidos – certificada pela norma NBR IEC 60529.
  • Laudo de compatibilidade eletromagnética – EN 50147 -1.
  • Proteção contra invasão e segurança física –

EN 1627 e EN 1630.

  • Eficiência da blindagem do Data Center contra eletromagnetismo – certificação pela EN-10147-1:1996.
  • Proteção contra a penetração de água por ação de sprinklers – norma UL00GC P0949.
  • Proteção contra jatos de água resultantes de combate a incêndios – ASTM E 2226-15B.

A combinação de variadas normas trará um nível de proteção excelente à Sala Segura, indo além das paredes e portas para garantir um Data Center robusto para empresas que dependem de seus dados.

É por isso que, apesar de não haver um teste único que certifique todo o ambiente, uma Sala Segura pode ser tão eficaz quanto uma Sala-Cofre.

 

Sua empresa precisa de uma Sala Segura Certificada?

 

Para avaliar se uma Sala Segura Certificada é o melhor investimento para você, é interessante compará-la aos demais tipos de sistemas construtivos de Data Center.

Você já sabe que o Data Center construído com painéis e portas que passam nos testes estabelecidos pelas normas NBR 10636 e NBR 6479 é chamado de Sala Segura Certificada, pois tem garantia de alta proteção contra chamas.

Mas, além de Sala Segura, seu Data Center pode ser:

 

Sala-Cofre

 

Semelhante à Sala Segura, mas onde o ambiente todo, e não apenas os painéis e portas, passa pelos testes de certificação da NBR 1527. Nesse teste, toda a sala é submetida a fogo numa espécie de forno. A certificação confere alto grau de isolamento e proteção contra a entrada de chamas.

Clique na imagem para ler nosso post completo sobre Salas-Cofre e entenda as diferenças entre elas e as Salas Seguras.

 

Data Center Tradicional em alvenaria

 

Normalmente é construído em algum espaço interno da empresa ou em uma edificação de alvenaria à parte. Em ambos os casos, recebe reforços estruturais, porta cortafogo, proteções para vedação e isolamento, além de revestimentos antichamas em paredes.

 

Data Center Contêiner

 

Em empresas com pouco espaço ou como solução de backup, é construído dentro de um contêiner de aço que já sai de fábrica com proteções contrafogo, recebendo estruturas de isolamento semelhantes às de uma Sala Segura. Inclusive, suas paredes também são certificadas pela NBR 10636, assim como as Salas Seguras.

Cada tipo de infraestrutura entrega um nível de segurança diferente contra arrombamentos, violações, incêndios ou alagamentos.

Este vídeo explica como escolher o método de construção ideal, de forma bem resumida!

 

 

O sistema construtivo ideal é o que mais se adapta ao perfil de negócios da sua empresa. E definir o modelo mais adequado exige uma avaliação:

  • das necessidades de proteção das informações da corporação
  • do espaço físico disponível para o Data Center
  • das condições do local de implantação
  • e do orçamento destinado à construção do Data Center.

 

Alta proteção de dados

 

Empresas que optam por uma Sala Segura Certificada buscam um nível maior de proteção de seus ativos de TI contra a penetração de calor e chamas.

Um exemplo é o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF4. Como o órgão lida com dados sigilosos que precisam ser protegidos a todo custo, o TRF4 optou por uma Sala Segura Modular. Ela foi construída pela Zeittec em Porto Alegre – RS com requisitos de alta segurança.

Para isso, recebeu paredes e portas corta-fogo certificadas conforme os testes da ABNT 10636, recebendo a certificação CF90PC120, que garante alta resistência a incêndios e impactos, como a queda de escombros.

→ Clique aqui para saber mais sobre a Segura Modular do TRF4!

 

Ambientes de risco

 

A Sala Segura Certificada é uma garantia de segurança para corporações que dependem totalmente dos dados que operam e não podem perder informações sigilosas num incêndio!

Nesse sentido, são indicadas para indústrias e empresas situadas em local com risco maior de explosões, perto de tanques de produtos combustíveis, por exemplo.

São ideais também para Data Centers construídos em áreas com grande atividade elétrica ou mesmo em edifícios comerciais compartilhados com outras empresas, onde o risco de incêndios é maior.

→ Aqui você pode saber como realizar a montagem de  Data Centers seguros em edifícios comerciais.

 

Vantagens de um Data Center tipo Sala Segura

 

Entre as vantagens práticas de uma Sala Segura Certificada, podemos destacar alguns pontos.

  • O local de instalação da sala segura não interfere na certificação das paredes do produto.
  • A certificação do produto prevê o teste de estanqueidade contra penetração de gases e fumaças.
  • Há boa oferta de fabricantes no mercado, o que torna o custo mais acessível.
  • Para empresas do setor público, isso permite maior possibilidade de concorrência no certame.
  • Os painéis disponíveis no mercado possuem certificação contrafogo até CF 360 (6 horas de fogo).
  • Maior flexibilidade de proteção com diversas classes de certificação.

 

Construção rápida e limpa

 

Outra vantagem é que, hoje em dia, a maior parte das empresas que instalam uma Sala Segura Certificada optam por soluções modulares.

Num Data Center  Modular, os equipamentos dimensionados pela equipe de engenharia são pré-fabricados, integrados e saem da fábrica testados.

Com isso, a montagem do Data Center é muito mais limpa, rápida e simples, com custos até 30% menores.

Outra vantagem da Sala Segura Modular é que o processamento de dados pode crescer de forma planejada com o acréscimo de novos módulos à infraestrutura do Data Center.

Um exemplo desse tipo de infraestrutura é a Sala Segura Modular construída pela Zeittec para a Sanepar, a Companhia de Saneamento do Paraná.

A empresa precisava de muita resiliência e segurança física para o seu Data Center, já que ele opera os dados de mais de 10 milhões de paranaenses.

Por isso, optou pela Sala Segura para ter muita proteção num processamento de informações que não pode parar nunca.

“Hoje a companhia dorme tranquila porque seus sistemas não param” – afirma a diretora administrativa da Sanepar, Priscila Brunetta.

Para ela, a empresa agora tem “um Data Center seguro, robusto e contundente”. Clique neste vídeo para conhecê-lo!

 

 

 

Instale sua Sala Segura Certificada com a Zeittec

 

Em Data Centers, a expertise é o segredo para um projeto de sucesso. “Uma empresa qualificada, como a Zeittec, vai te ajudar a fazer a análise de risco, a entender a metodologia de negócio e avaliar a criticidade do Data Center” – explica Fabrício Costa.

Com isso, é possível estudar as diversas possibilidades de construção dentro da localização da empresa para planejar a solução ideal.

Isso, para a Zeittec, é rotina. Com mais de 20 anos de atuação no mercado nacional, já planejamos, construímos e reformamos Data Centers de todos os tipos para clientes dos mais variados perfis. E isso em todo o Brasil. Exemplos?

Conheça aqui alguns projetos da Zeittec que foram premiados!

Com a expertise que acumulamos, você pode ficar seguro para contar conosco em todas as ações envolvendo Data Centers corporativos. Entre elas:

Ajudaremos você a construir a melhor infraestrutura para o seu perfil de negócio. Isso dentro do menor custo possível e prevendo um crescimento escalável para evitar gastos de construção e operação desnecessários.

→ Entre em contato neste link e converse com nossa equipe sobre o seu projeto.

E aproveita para ler também nosso post especial que traz tudo sobre as Salas-Cofre!

Esperamos ter ajudado. Obrigado pela visita e até breve!

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