PROJETO DE DATA CENTER: como realizá-lo com eficiência e economia?

 

Antes de tudo, um projeto de Data Center precisa ser planejado para ser replanejado! Como assim?

Bem… É como comparar um avião com um carro. Hoje em dia, o desenvolvimento das tecnologias de informação é tão acelerado que a capacidade de processamento – o avião – ultrapassa o potencial de armazenamento – o carro.

Além de ser mais lento, este último depende de boas estradas. Ou seja, da qualidade das redes de transmissão de dados.

Pronto! Está sobre a mesa o quebra-cabeças fundamental de todo projeto de Data Center: como encaixar as peças para dosar capacidade de processamento, armazenamento e transmissão em constante crescimento às metas das empresas com o melhor custo-benefício?

Como planejar um ambiente tão complexo é o que veremos neste post. Ele traz tudo que a sua empresa precisa saber para iniciar um projeto de Data Center corporativo contemporizado à velocidade do mundo atual.

Para isso, vamos explicar o que dever ser considerado antes mesmo de iniciar o planejamento conceitual, as fases do projeto de Data Center, o que há numa planta arquitetônica de Data Center e o que levar em conta para dimensionar os sistemas e facilities do seu Data Center com economia. Tudo isso sem esquecer de considerar as metas da empresa no projeto de Data Center.

Então, wellcome aboard! Clique no índice do post e boa leitura.

 

Quais são as etapas de um projeto de Data Center?

 

 

Projetar um Data Center é uma atividade que envolve principalmente engenheiros-eletricistas, civis e mecânicos, além de especialistas em tecnologias de informação e telecomunicação. Uma equipe multidisciplinar que precisa, antes de tudo, entender as necessidades de cada empresa.

Por isso, todo projeto de Data Center começa com muita conversa entre projetistas e clientes para definir um planejamento conceitual.

Só depois de elaborar o conceito construtivo do Data Center é que começa a fase de dimensionamento dos sistemas, equipamentos e a criação das plantas do projeto técnico que norteará a construção. Portanto:

1. O primeiro passo será a elaboração do planejamento conceitual do Data Center.
2. Em seguida, com base no conceito definido, será desenhado o projeto arquitetônico. Esse projeto integrará o layout do Data Center à estrutura física onde ele será instalado.
3. O terceiro passo é projetar os diversos subsistemas que compõem um Data Center. Entre eles: climatização, energia, infraestrutura elétrica etc. Cada sistema terá um projeto próprio, o que significa que uma série de plantas será elaborada.
4. O último passo é a consolidação de todas essas plantas em um só projeto executivo. É ele quem norteará a construção do Data Center no canteiro de obras.

É importante que sua empresa conheça todas essas fases para elaborar internamente suas estratégias de custos e prazos. Isso aumentará as chances de você organizar um projeto alinhado às necessidades reais do seu negócio. Vamos a elas?

 

1. Planejamento conceitual

 

Sua empresa irá crescer? Partir para o e-commerce? Fundir-se a outras? Abrir novas frentes de negócios com demandas altas de processamento de dados? Automatizar a produção industrial?

Se essa avaliação for feita detalhadamente entre todos os stakeholders, será mais fácil determinar o porte e as características do investimento com precisão.

Isso permitirá projetar um Data Center com as características certas e preparado para ampliações futuras.

Ao mesmo tempo, uma boa avaliação das necessidades reais de processamento permitirá que a infraestrutura não seja utilizada com baixa carga, o que poderia elevar os custos de construção e operação acima do necessário.

Por isso, o primeiro passo de um projeto de Data Center é elaborar o conceito construtivo. Esse conceito deve estar alinhado às estratégias de negócios da sua corporação.

Em termos práticos, nesta fase de pré-projeto é feito o levantamento de requisitos como:

• capacidade de processamento que o Data Center terá
• nível de segurança necessário para o negócio
• orçamento disponível
• prazos almejados
• espaço e local disponível para a construção
• tipo de infraestrutura construtiva de Data Center que será utilizado
• definição conceitual dos principais subsistemas do Data Center (tipo de refrigeração, abastecimento de energia, sistema de monitoramento ambiental etc.).

“Nessa etapa inicial, de pré-projeto, precisamos entender as necessidades do cliente. E definir o orçamento e o prazo que teremos para a entrega do Data Center” – explica o diretor-técnico da Zeittec, Fabrício Costa.

 

O que levar em conta na fase conceitual de um projeto de Data Center?

 

Vimos que o planejamento conceitual do Data Center precisa estar alinhado às metas e objetivos de negócios da empresa.

Como esse contexto é inserido no projeto e se transforma em cálculos para o dimensionamento dos sistemas do Data Center?

Imagine que a sua empresa prevê dobrar o volume de operações digitais nos próximos anos. Como projetar o Data Center para o momento atual levando em conta essa expectativa de futuro?

Basicamente, isso é feito adotando alguns princípios que são incorporados do conceito à construção, passando pelas variadas plantas que são elaboradas ao longo do projeto de Data Center. Vejamos os principais pontos que são pensados no planejamento conceitual do Data Center.

 

• Capacidade de processamento x infraestrutura

 

Todo projeto de Data Center terá que definir como acomodar um número cada vez maior de processadores em pequenos espaços físicos, normalmente aumentando a densidade de racks.

Portanto, uma das preocupações na hora de projetar o Data Center é garantir que ele não se torne obsoleto.

Isso é feito prevendo no projeto a capacidade para receber aumentos de carga de refrigeração, alimentação elétrica e, por exemplo, espaço físico para a passagem de cabos cada vez mais grossos (alguns com velocidade acima de 100 Gb/s, que usam fibras ópticas paralelas para a transmissão dos sinais aos pontos de consumo)!

Nesse processo, a equipe projetista terá que planejar cada etapa da construção do Data Center alinhando corretamente os custos e a capacidade da instalação ao plano de negócios da empresa.

“Uma das grandes dificuldades que temos hoje, quando iniciamos um projeto de Data Center para um cliente, é tentar determinar qual será a taxa de crescimento do Data Center. Hoje eu começo com uma carga, mas posso chegar a quanto?” – provoca Costa.

Para solucionar esse paradoxo, o conceito de modularidade poderá ser o grande aliado do seu projeto de Data Center, como veremos a seguir.

 

• Modularidade

 

Diante do crescimento contínuo das cargas de TI, elaborar um projeto de Data Center é como montar um grande quebra-cabeças que tende a ser solucionado com o conceito de modularidade, em que é possível encaixar “novos puzzles” ao projeto original.

Projetos de infraestrutura para Data Centers modulares preveem um módulo. Melhor dizendo, um grupo de equipamentos capaz de suprir determinada demanda de trabalho.

O módulo deve ser projetado com folga de energia elétrica, refrigeração e espaço físico.

Toda vez que for necessário aumentar a capacidade de operação do Data Center, novos módulos de equipamentos podem ser acrescentados à cada hierarquia de trabalho da infraestrutura do Data Center.

Exemplo: um módulo de processamento pode ser projetado com cinco computadores. Esse módulo estará dentro de um rack. E, como tudo foi projetado com folga, mais módulos podem ser acrescentados ao rack.

Da mesma forma, os racks formam outro módulo de trabalho, e podem ser multiplicados formando um terceiro módulo: o corredor.

Se as demandas de TI crescem, novos corredores podem ser acrescentados e assim por diante.

Metodologias como a RLU (rack location unit) são utilizadas para calcular a capacidade operacional de um módulo de processamento quanto ao volume de armazenamento em disco, velocidade de instruções por segundo etc.

Por isso, um grande conhecimento técnico e experiência são necessários para que os projetos de infraestrutura para Data Center sejam preparados para crescimentos futuros nas cargas de TI.

 

• Facilities modulares

 

O conceito de modularidade pode (e deve!) ser levado também aos facilities do Data Center.

O engenheiro Fabrício Costa exemplifica da seguinte forma: suponha que seu Data Center irá chegar a 40 racks. Mas, na fase inicial, ele começará operará com 20 racks.

“Então, se eu comprar um nobreak, um gerador, um ar-condicionado para esses 40 racks, que seriam a capacidade final do Data Center, eu vou gastar dinheiro com equipamento, com energia elétrica, e o custo desse Data Center vai ser muito alto” – explica.

Para minimizar esses impactos, o primeiro passo é dimensionar a infraestrutura elétrica do Data Center – cabine, subestação de energia e cabeamento primário – visando atender ao projeto futuro. Mas com implantação modular em etapas, de acordo com o crescimento da capacidade de operação.

Clique no vídeo para saber mais  sobre Data Centers modulares!

 

 

 

E como escalar o Data Center?

 

Vamos dimensionar os nobreaks de nosso Data Center para 40 racks prevendo, por exemplo, 5 quilowatts por rack. Precisaremos de 200kW de nobreaks para atender o Data Center em sua capacidade máxima, certo?

“Só que em vez de comprar um nobreak de 200kW e instalá-lo já no início, o que a gente faz? A gente opta por no-breaks modulares. Você pode ir comprando módulos de potência e ir crescendo esse no-break conforme vai aumentando o número de racks. Então o mesmo nobreak, o mesmo chassi, o mesmo gabinete começa, vamos supor, com uma carga de 100 kW, que seria mais adequada para 20 racks. E conforme o cliente vai crescendo o número de racks, vai aumentando o nível de processamento, você adiciona novos módulos de potência, elevando a capacidade do nobreak também.”

O mesmo conceito de modularidade é aplicado, por exemplo, aos geradores de energia e ao sistema de climatização do Data Center.

“Qual é a grande vantagem disso? Você trabalha mais próximo da eficiência máxima dos equipamentos. Num equipamento muito grande rodando a vazio, ou com uma carga muito baixa, a curva de eficiência dele também será muito baixa” – salienta Costa.

 

  

• Redundância e tolerância a falhas

 

Evitar downtimes (as temidas paralisações não programadas) é vital para as empresas, já que um único minuto de interrupção no Data Center pode representar milhares de reais perdidos em negócios que deixam de ser feitos!

Por isso, ao iniciar o projeto conceitual do Data Center, uma das primeiras tarefas que a equipe projetista precisa determinar é o nível de redundância necessário para cada empresa.

Quanto mais camadas de redundância (repetição de equipamentos essenciais) um Data Center possui, maior é sua tolerância a falhas. Ou seja, sua capacidade de se manter em atividade mesmo que algum componente pare de funcionar.

Portanto, maiores níveis de redundância elevam as chances e manter o Data Center sempre em funcionamento.

E isso terá que ser projetado para cada subsistema do Data Center (como elétrico, refrigeração, etc.), em sintonia com a necessidade real de cada empresa.

→ Saiba mais sobre esse tema no link abaixo!

 

REDUNDÂNCIA DE DATA CENTERS: o que duplicar para ter menos downtime e mais segurança nas operações de TI?

 

• Classificação Tiers

 

Atualmente, o layout dos Data Centers segue os padrões de construção e segurança da norma EIA / TIA 942 (Telecommunications Infrastructure Standard for Data Centers).

Além de estabelecer as áreas básicas que todo projeto de Data Center deve conter, a norma prevê vários níveis de confiabilidade que podem ser projetados.

Nesse sentido, classifica os Data Centers em Tier 1/ Rated 1, Tier 2/Rated 2, Tier 3/Rated 3 ou Tier 4/ Rated 4, de acordo com o tempo que possam estar inoperantes, ou seja, tempo de disponibilidade.

Cada um desses tipos de Data Center terá determinados requisitos arquitetônicos, mecânicos e elétricos que precisarão ser considerados no projeto e construção, para garantir os níveis de redundância e proteção contra downtimes de cada categoria.

Os Data Centers Tier 3 e Tier 4 são os que possuem mais camadas de proteção contra indisponibilidade. Eles podem se tornar praticamente à prova de paralisações.

Portanto, são os mais seguros para ambientes de missão crítica. E naturalmente mais caros.

Sua empresa precisa disso? Em quais sistemas?

É um dos aspectos mais importantes a serem definidos no projeto conceitual do Data Center.

→ Para entender essa parte do projeto conceitual, leia  nosso material abaixo. Ele explica em detalhes como um projeto de Data Center pode prever altos níveis de redundância. E mostra os graus de infalibilidade ideais, de acordo com as necessidades de cada corporação!

 

DATA CENTER TIER 3 x TIER 4: conheça as diferenças entre eles e saiba quando investir nesses ambientes de alta segurança!

 

• Tipo de infraestrutura física do Data Center

 

Outro ponto a ser determinado na fase conceitual do projeto de Data Center é o tipo de infraestrutura arquitetônica ideal para o nível de segurança física que se pretende atingir.

Diferentes sistemas construtivos entregam maior ou menor confiabilidade na preservação de dados e dos equipamentos do Data Center.

Essa proteção dever ser eficaz contra incêndios, inundações, colisões, contaminação dos equipamentos por poeira, radiação e outros elementos prejudiciais.

Então pergunte-se: sua empresa depende totalmente das informações processadas no Data Center?

Sim? Então este precisará de uma infraestrutura arquitetônica com alto nível de segurança.

Neste caso, projetistas e clientes poderão optar por uma sala segura certificada ou por uma sala-cofre.

São infraestruturas de Data Center que entregam elevados níveis de segurança certificados por testes contra incêndios, impactos e inundações.

Já se os níveis de proteção física estiverem dentro dos padrões habituais, o projeto de Data Center pode prever uma infraestrutura tradicional em alvenaria.

O Data Center em alvenaria pode ser construído a partir do zero, em uma edificação totalmente nova. Ou utilizar espaços já existentes dentro da própria corporação.

Em qualquer caso, o projeto de Data Center dependerá totalmente do tipo de infraestrutura escolhida. Isso porque cada sistema construtivo segue normas e padrões que estabelecem determinados requisitos arquitetônicos.

E estes vão do tipo de porta à grossura das paredes. Passam também pelo pé-direito da edificação onde o Data Center será instalado.

Naturalmente, esses elementos influenciarão o projeto em termos de custo, complexidade, prazos de liberações e conclusão da obra.

→ Quer uma ajuda nisso?  Leia sobre os diferentes tipos de infraestrutura de Data Center que podem se adequar melhor ao seu projeto!  E não deixe de conhecer os diferentes sistemas construtivos de Data Center neste vídeo!

 

 

• Localização do Data Center

 

Neste ponto do planejamento conceitual, já entendemos qual é a capacidade de processamento e o nível de segurança que sua empresa precisa. Com base nisso, definimos as camadas de redundância e escolhemos a melhor infraestrutura arquitetônica para o caso.

Agora precisamos discutir outro aspecto importante do projeto de Data Center: o local onde ele será instalado.

A localização do Data Center tem impactos:

• na segurança dos equipamentos e das informações
• na qualidade do processamento e na entrega dos serviços aos pontos de consumo
• no abastecimento de energia
• nos custos de construção e no prazo de conclusão da obra.

Se o Data Center for construído em uma edificação nova, o local escolhido para a obra deve ficar próximo à rede elétrica e ter boa infraestrutura de serviços (como internet, água, luz e transporte). O site também deve ser protegido de inundações e terremotos.

É importante que fique afastado de aeroportos e rodovias com potencial de acidentes. Mas que tenha boa acessibilidade para facilitar construção e manutenção.

Outra opção, a mais comum, é construir o Data Center em salas ou edificações dentro das próprias corporações.

Nesse caso, o local escolhido precisará passar por adaptações arquitetônicas. Essas adaptações servem para atender critérios de segurança estabelecidos por normas como NBR 14565, ANSI/BICSI-002 e ANSI/TIA-942.

O site deve ficar longe de tubulações de água, esgoto, banheiros e cozinhas, além de interferências eletromagnéticas.

Além disso, o espaço físico deve ser adequado à montagem dos racks de computadores e possibilitar ajustes estruturais necessários à obra, de acordo com o sistema construtivo escolhido no projeto de Data Center ideal

→ Você pode conhecer os detalhes sobre a localização ideal em nosso post sobre como escolher o local do Data Center. É só clicar na imagem!

 

Como ESCOLHER O LOCAL para a construção do meu Data Center?

 

Sites em edifícios comerciais

 

Se sua empresa fica em um edifício comercial, vários pontos específicos deverão ser observados para que a localização do Data Center seja segura e não eleve os custos da obra.

É preciso avaliar o peso dos racks sobre as lajes, a altura do pé-direito, onde instalar geradores e sistemas de ar-condicionado e outros pontos fundamentais ao projeto de infraestrutura para Data Centers em edifícios comerciais.

Além disso, a instalação de sistemas de segurança contra invasões e controle ao acesso de pessoas é essencial na montagem de Data Centers em edifícios comerciais.

O projeto conceitual do Data Center está muito claro e aprovado? Então começa a segunda etapa: o dimensionamento da infraestrutura e a elaboração das plantas do projeto arquitetônico do Data Center.

 

 

2. Projeto arquitetônico do Data Center: definindo o layout 

 

 

Já sabemos que tipo sistema construtivo vamos projetar, onde o Data Center será construído e qual será o seu nível de segurança e redundância.

Após a definição desses aspectos do projeto conceitual, já é possível elaborar croquis delineando como serão os subsistemas de climatização, fornecimento de energia elétrica e a estrutura básica do Data Center.

Com o layout do Data Center em mãos, todos os envolvidos poderão visualizar o tamanho real do projeto. Além disso, estimar custos e prazos para cada fase.

No projeto arquitetônico são definidos itens como o layout dos equipamentos, a modulação de piso elevado e as especificações de forro e parede em sintonia com o sistema construtivo definido para o Data Center.

Se o Data Center for construído em uma edificação já existente, pode ser necessário elaborar um projeto de demolição. Este projeto prevê as alterações em paredes ou outras estruturas para adaptar o espaço à infraestrutura do Data Center.

Toda a parte civil é projetada com a elaboração de uma série de plantas.

“Na disciplina de civil, temos o projeto arquitetônico, o projeto estrutural, tem a especificação de laje, tem demolições, enfim, uma gama de projetos” – conta Costa.

Agora sim, chegamos ao momento de dimensionar todos os subsistemas do Data Center de acordo com o tipo de construção e o layout definido.

 

O que há num projeto arquitetônico de Data Center?

 

Data Centers podem variar em tamanho, quantidade de equipamentos e complexidade no nível de segurança.

No entanto, todos costumam ser projetados de acordo com os padrões de distribuição de espaços da norma EIA/TIA-942.

De acordo com a norma, uma planta arquitetônica típica de Data Center terá:

 

 

• Sala de entrada

É o local destinado à conexão do cabeamento estruturado interno com o cabeamento externo. Ele liga a empresa aos serviços de telecomunicações.

 

 

• Área de distribuição principal

É o ponto de distribuição do cabeamento estruturado, onde são feitas as principais manobras do Data Center. A sala de telecomunicações atua junto a essa área para encaminhar aos servidores as demandas que chegam ao Data Center.

 

• Área de distribuição horizontal

É utilizada para conexão com as áreas de equipamentos.

 

• Área de distribuição de zona

É o ponto entre as áreas de distribuição horizontal e as páreas de distribuição de equipamentos. Normalmente é posicionada abaixo do piso e serve para aumentar a flexibilidade de reconfiguração do Data Center. Isso dentro do critério de modularidade que abordamos anteriormente.

 

• Área de distribuição de equipamentos

É o espaço onde são acomodados os equipamentos de processamento.  Também equipamentos como servidores e storage.

É onde ficam ainda switches e centrais de comunicação de dados ou voz.

 

 

As demandas dos usuários do Data Center – estejam eles nas estações de trabalho da empresa ou em casa usando um aplicativo de celular – passam primeiro pela sala de telecomunicações.

Esta é equipada com roteadores e dispositivos que fazem a distribuição dos trabalhos às áreas de distribuição horizontal.

A partir delas, os sinais são enviados pelos cabos de fibra ótica até o servidor que deve fazer o processamento da informação.

Um exemplo? Quando você acessa o sistema cobrança do seu e-commerce, por exemplo, a sua requisição vai até o Data Center e chega à sala de telecomunicações.

De lá, a tarefa que você encomendou é direcionada até o rack em que o sistema de cobrança está hospedado.

O projeto do Data Center determinará quais são os tipos de cabos de comunicação, normalmente de fibra óptica, necessários para que isso ocorra de forma quase instantânea.

Considerando esta configuração básica, as plantas do projeto de Data Center trarão o dimensionamento das áreas, cabos e condutores elétricos. Além da distribuição dos equipamentos de processamento e demais subsistemas, como veremos a seguir.

 

 

3. Elaboração das plantas e projetos dos subsistemas do Data Center

 

Nessa etapa do projeto de Data Center, o corpo de engenharia realiza os cálculos para dimensionar toda a parte de facilities e criar as plantas e diagramas que distribuem os equipamentos nos espaços do Data Center.

É definido o posicionamento de equipamentos de energia, refrigeração, segurança e proteção elétrica, aterramento e outros requisitos da instalação arquitetônica.

Os racks de servidores são projetados levando em conta a capacidade de processamento e a carga que geram sobre o piso. E várias plantas arquitetônicas são elaboradas para determinar cada subsistema, incluindo calhas, circuitos elétricos e de cabeamento estruturado para a transmissão de dados via fibras óticas.

 

Projetando os subsistemas do Data Center

 

O maior desafio dos projetos de Data Center é dimensionar cada subsistema de modo a garantir maior eficiência com menor consumo.

Em linhas gerais, são seis subsistemas ou “disciplinas” que precisam ser projetadas para atender às demandas do Data Center. Essas demandas devem ter a melhor economia possível em termos de custo construtivo, manutenção e consumo energético.

Vejamos o que é levado em consideração no momento de projetar os subsistemas de um Data Center.

 

• Projeto de infraestrutura de processamento do Data Center

 

Por serem computadores de alta potência projetados para realizar tarefas específicas, os servidores são montados para trabalhar com rapidez, estabilidade e de modo contínuo, sem desligamentos.

Os computadores do Data Center são instalados em racks, formando estantes dispostas em fileiras.

Um Data Center pequeno pode ser projetado com 10 a 50 racks de servidores. Já os grandes podem possuir centenas deles.

A estrutura arquitetônica destinada a abrigar esses equipamentos – que são o cérebro do Data Center – precisa ser projetada com características específicas de resistência e condições ambientais.

Por exemplo, as salas de equipamentos devem ter piso elevado e laje de 14 cm que suporte uma carga de 732,36 kgf/m².  Em Data Centers de alta densidade, que possuem racks com grande concentração de equipamentos, a laje teve ser ainda mais resistente: 20 cm de espessura e capacidade de suportar 1.220,6036 kgf/m².

O pé-direito da sala de computadores deve ter ao menos 2,60 m.

A temperatura na área destinada aos servidores, segundo a ANSI/EIA-942, precisa estar entre 20ºC e 25ºC, com umidades relativas entre 40% e 50%. Já a NBR 14565 preconiza temperaturas entre 18ºC e 27ºC, com umidades relativas entre 30% e 60%.

 

• Projeto elétrico do Data Center

 

O sistema elétrico é um dos mais críticos do Data Center. Se ele falha, o Data Center para.

Por isso, deve ser projetado com sólidos e redundantes mecanismos de segurança contra quedas de energia.

“No projeto elétrico do Data Center, fazemos o dimensionamento das cargas. Assim como da potência dos equipamentos e o dimensionamento de cabos elétricos. Também é feita a topologia, quer dizer, a distribuição de circuitos de acordo com o conceito de Tier que tem esse Data Center, quantos painéis eu vou precisar, de onde vem a energia, subestação. Tudo isso gera, dependendo do tamanho do Data Center, várias plantas” – conta o engenheiro.

A equipe que projeta o Data Center deve prever um sistema de força ininterrupta (UPS / no-break).

Em caso de apagão, os no-breaks manterão os servidores em operação até que o gerador seja acionado.

A combinação no-break + gerador garante o funcionamento do Data Center até que a fonte principal volte a alimentar o sistema elétrico.

Portanto, além de sistema UPS, o projeto de Data Center deve prever um gerador de energia a gás. Pode ser também um gerador a óleo combustível.

Após o dimensionamento e distribuição das cargas, o projeto elétrico do Data Center é consolidado em um diagrama unifilar. Ou seja, por desenho técnico, indicando a localização de luminárias, tomadas, painéis elétricos, cabines, subestações, no-breaks e geradores.

Veja o que há na infraestrutura elétrica de um Data Center!

 

SISTEMA ELÉTRICO DE DATA CENTER: como projetá-lo para garantir segurança e economia à sua empresa?

 

E como escalar o Data Center?

Planejando economia

 

Em Data Centers verdes, podem ser projetados sistemas de geração de energia que evitam a emissão de poluentes utilizando biogás, energia eólica ou solar.

O projeto de Data Center deve ser pensado também para economizar energia.

Nesse sentido, o dimensionamento dos condutores deve ser correto para evitar o sobreaquecimento. Cabos grossos demais são caros. Mas cabos finos demais superaquecem e podem causar princípios de incêndio, paralisando o Data Center.

Além disso, o calor excessivo nos condutores gera “queima” de energia, ou seja, desperdício.

Preferencialmente, os cabos dever ser não halogenados, que possuem proteção anti-chama  atóxica com baixa emissão de fumaça.

A distribuição dos circuitos elétricos precisa ser bem planejada para reduzir a quantidade de cabos. Assim como de eletrocalhas e tubulações metálicas que encarecem o projeto.

Já a forma como a rede elétrica é disposta deve ser pensada para facilitar manutenções e atualizações futuras no layout do Data Center.

Preferencialmente, os ambientes de computadores devem ter paredes brancas, para economizar energia favorecendo a iluminação. E esta deve ser projetada para oferecer luminosidade de 500 lux.

→ Entenda mais sobre esse como projetar um Data Center com menor consumo em nosso post sobre eficiência energética para Data Centers.

 

Proteção contra raios e surtos

 

Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas, também conhecidos como SPDAs (ou, simplesmente, “para-raios”), mitigam os efeitos de descargas atmosféricas sobre computadores e equipamentos conectados à rede elétrica do Data Center.

São requisitos de segurança obrigatórios e precisam ser corretamente dimensionados, em paralelo ao projeto elétrico do Data Center.

Os para-raios quase sempre são combinados à utilização de um Dispositivo de Proteção contra Surtos – DPS. Esse equipamento detecta sobretensões e desvia surtos causados por raios, ligamento e desligamento de máquinas ou operações na rede elétrica.

Sem essa proteção, picos de tensão podem degradar, reduzir a vida útil e até queimar servidores e equipamentos eletroeletrônicos do Data Center.

 

• Projeto de climatização de Data Center

 

“No projeto de climatização do Data Center fazemos o levantamento das cargas térmicas, definimos os sistemas de climatização e representamos, em um diagrama, a localização dos respectivos equipamentos” – explica o engenheiro da Zeittec.

O projeto de Data Center deve prever a instalação de um sistema de ar-condicionado de precisão. Diferentemente dos splits comuns, os condicionadores de ar utilizados em Data Centers possuem alta eficiência no controle da temperatura, qualidade e umidade do ar.

Esses três controles são essenciais para preservar os equipamentos, manter a capacidade de processamento e evitar o aquecimento que pode paralisar máquinas e interromper o funcionamento do Data Center.

“Esse projeto de climatização vai definir quantas máquinas de ar-condicionado eu preciso, qual é o tipo de insuflamento (in-row, wall mountain, down flow, etc.). Vai ser feito um cálculo de vazão para definir os ventiladores necessários dentro do Data Center, posicionamento de evaporador, condensador. Qual é o sistema, se é com água gelada, todo esse tipo de discussão tem que ser detalhado no projeto”.

Ao passo que é tão importante, o sistema de refrigeração é o vilão do consumo de energia em Data Centers. Por isso deve ser projetado com boas técnicas de eficiência energética.

Uma maneira de projetar Data Centers com sistema de climatização eficiente é utilizar corredores quentes e frios.

Outra é confinar as áreas quentes para reduzir os locais que precisam de refrigeração.

Layouts desse tipo reduzem o acionamento dos refrigeradores e, consequentemente, os custos de energia elétrica.

→ Conheça abaixo os tipos de refrigeração de precisão e saiba como projetá-los para reduzir o consumo de energia!

 

CLIMATIZAÇÃO PARA DATA CENTER com alta precisão, menos consumo e mais segurança?

 

• Projeto de telecomunicações de Data Center

 

 O sistema de cabeamento estruturado é parte fundamental da infraestrutura do Data Center, já que é pelos cabos que trafegam os dados processados e transmitidos aos usuários.

O projeto de cabeamento estruturado deve ser corretamente dimensionado para suportar as demandas atuais e futuras, prevendo quantidades e velocidades de tráfego cada vez maiores. Nesse sentido, os profissionais que executam o projeto do Data Center precisam definir o melhor tipo de cabo para a necessidade, bem como a melhor topologia de distribuição da rede.

Ambas impactam os custos de construção e a eficiência do Data Center.

“Qual é a topologia que eu vou usar? É cross conect? É interconect? É top of rack? Qual é o tipo de cabo? Quantos pontos eu vou utilizar por rack? Cinco pontos? Dez pontos de rede? Vinte pontos? A gente vai definir o tamanho das salas técnicas, as entradas de operadoras, então essa é mais uma disciplina que, dependendo da complexidade e do tamanho do Data Center, gera várias plantas-baixas que são incorporadas ao projeto”.

O projeto de telecomunicações é elaborado de acordo com recomendações da norma ANSI/TIA-942-B, que estabelece diferentes topologias de cabeamento para dados, voz e imagem, levando em conta critérios de eficiência energética e sustentabilidade.

Na maioria dos casos, a arquitetura da rede de dados é construída em camadas. Isso garante o alto desempenho com boa flexibilidade, escalabilidade, resistência e facilidade de gerenciamento. Clique no link abaixo para saber mais!

 

CABEAMENTO ESTRUTURADO PARA DATA CENTERS do projeto à instalação

 

• Projetando o sistema de detecção e combate a incêndio do Data Center

 

Todo Data Center deve contar com um sistema de combate a incêndios eficiente, que possibilite rápido retorno às atividades e não seja agressivo aos equipamentos.

“Sempre projetamos sistemas de combate a incêndio que não utilizem extintores de pó ou água. Em vez disso, empregamos agentes extintores atóxicos, como o gás ECARO, FM-200 e NOVEC, que não deixam resíduos e são isentos de agentes químicos prejudiciais aos servidores e outros componentes do Data Center” – conta Costa.

É importante dimensionar sistemas de combate a incêndios que disparem e suprimam todo princípio de incêndio em segundos, a fim de garantir que o fogo não danifique equipamentos do Data Center.

O projeto de Data Center também deve dimensionar um eficiente sistema de detecção. É possível utilizar detectores de fumaça por aspiração. Estes detectores são capazes de detectar fumaça sem cor ou odor horas antes que o fogo comece.

Esse sistema de detecção ultrassensível é complementado com a distribuição de sensores de fumaça e temperatura convencionais, que acionam os gases de combate quando o fogo é real. Leia nosso post completo sobre o tema!

 

SISTEMAS DE COMBATE A INCÊNDIO PARA DATA CENTERS: quais são os melhores para proteger equipamentos, informações e o seu investimento?

 

 

• Projeto de monitoramento e segurança de Data Center

 

Todos os subsistemas do Data Center podem (e devem!) ser monitorados remotamente com câmeras e softwares de gerenciamento da infraestrutura, como o DCIM.

O controle ambiental pode ser por meio de protocolos SNMP ou via internet. Desta forma adota-se mecanismos de gerenciamento remoto da temperatura, umidade, acesso, consumo energético e combate a incêndio.

Sem um sistema de monitoramento que permita gerenciar todos os sistemas do Data Center, falhas podem demorar a ser detectadas e mitigadas. E isso pode comprometer a eficiência de processamento e a operação do Data Center. Pode também elevar o consumo energético e o custo operacional.

Outro item importante no projeto de Data Center, o controle de acesso é planejado para evitar invasões de pessoas não autorizadas, a fim de proteger dados e equipamentos.

Além de controles analógicos de entrada ou crachás, os Data Centers podem ser projetados com sistemas informatizados de autenticação biométricos por íris, digitais, palma da mão e reconhecimento facial.

“O projeto de monitoramento e segurança do Data Center irá dimensionar quantos sensores eu vou precisar? Sensores de temperatura, umidade, câmeras…. Qual é a barreira física? Aqui vai ter um torniquete, aqui vai ter uma catraca? Toda essa disciplina gera um volume grande de plantas num projeto de Data Center.”

Veja as medidas de segurança que você pode prever no projeto do seu Data Center!

 

Os quatro pilares da POLÍTICA DE SEGURANÇA DE DATA CENTER: sua empresa está protegida?

 

4. Consolidando o projeto de Data Center

 

Como você pode perceber, um projeto de Data Center contém vários subprojetos referentes aos sistemas que são operacionalizados nesses ambientes.

Dezenas de plantas-baixas são elaboradas durante as várias etapas do projeto. Elas variam de acordo com a complexidade e tamanho do empreendimento.

“Por exemplo, o Data Center do TRF4 em Porto Alegre, projetado pela Zeittec, tem ao menos 20 plantas, juntando todas essas disciplinas” – explica Fabrício Costa.

Na Zeittec, todas as informações das inúmeras plantas são consolidadas em desenhos e maquetes virtuais 3D no projeto executivo, que norteará a construção do Data Center.

“Qual é a grande vantagem de, no final do processo, consolidar tudo e fazer um projeto em 3D? É ver todas as interferências. Uma calha de incêndio não está batendo em cima de uma calha de rede elétrica? O posicionamento do rack tem espaço suficiente para a infraestrutura de portas? Por isso a Zeittec consolida todas as informações através de um projeto de 3D” – explica Claudenir de Oliveira, diretor-comercial da empresa.

Além de permitir que eventuais falhas sejam corrigidas, a consolidação do projeto de Data Center em 3D permite ao cliente compreender e visualizar melhor seu investimento, aumentando muito as chances de sucesso!

Projeto aprovado, o próximo passo é o canteiro de obras.

→ Aqui você pode saber mais sobre as etapas da construção de um Data Center de modo seguro.

Não deixe também de clicar no vídeo abaixo para ver  o passo a passo na prática!

 

 

 

Pronto para iniciar seu projeto de Data Center?

 

 

 

 

 

A Zeittec está preparada para te ajudar em todas as fases, do planejamento à execução.

Com mais de 20 anos de atuação no mercado nacional, somos uma empresa multifocal especializada em todas as soluções para Data Centers.

Entre elas: avaliação de riscos (Data Center Assessment), projeto e construção de Data Centers corporativos em regime turn-key, reformas, manutenção preventiva, moving de ativos e comissionamento. , além da instalação de ar-condicionado de precisão.

Vejam alguns dos cases que realizamos recentemente:

• Safe Room da Autoridade Portuária de Santos, em São Paulo.
• Data Center do IBGE, no Rio de Janeiro.
• Data Center da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência)  em Brasília, DF.
• Sala-Cofre do MP-MS, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul
• Data Center da Celesc em Florianópolis, Santa Catarina
• Data Center do TRF-4 em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul
• Retrofit no Data Center do Grupo Águia Branca no Espírito Santo
• Data Center da Sanepar em Curitiba, no Paraná.
• Retrofit no Data Center do TJ em Porto Velho, Rondônia.

Para começar, contate-nos nesse link.

→ Leia também nosso post sobre projetos de Data Center  corporativos em regime turnkey. E conheça nossos cases e clientes.

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